Dona Marisa é submetida a nova tomografia de crânio para controle de sangramento

Da IstoÉ

A ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi submetida nesta quarta-feira, 25, a nova avaliação tomográfica de crânio para controle de sangramento cerebral, conforme o boletim médico divulgado de manhã pelo Hospital Sírio-libanês.

Após a análise das equipes médicas, também foi realizada a passagem de um cateter ventricular para monitoração da pressão intracraniana.

Conforme o documento, assinado pelo diretor de Governança Clínica do hospital, Dr. Antonio Antonietto, e pelo diretor clínico, Dr. Miguel Srougi, Marisa segue internada no hospital sob cuidados intensivos.

O ex-presidente Lula está no hospital, na zona sul de São Paulo, acompanhando o tratamento da esposa, como informou a assessoria do Instituto Lula – que não soube dizer se o petista passou a noite no hospital.

Marisa teve um AVC hemorrágico na tarde desta terça-feira e passou por um procedimento cirúrgico para estancar o sangramento à noite, que, segundo o hospital, foi bem-sucedido. As equipes médicas que acompanham Marisa são coordenadas por Kalil, pelo Prof. Dr. Milberto Scaff, Prof. Dr. Marcos Stávale e Prof. Dr. José Guilherme Caldas.

Lula pede ajuda a Sarney para articulação contra impeachment

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O ex-presidente Lula (PT) desembarcou em Brasília para assumir a articulação junto ao ex-presidente do Senado e da República, José Sarney (PMDB-MA), contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Com o aumento da pressão no PMDB pelo rompimento com a petista, cresceu a preocupação no Palácio do Planalto. A informação é de O Globo.

Lula tomou café com Sarney, na manhã desta quarta-feira 8, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e com o comando do PMDB no Senado, mais alinhado com o governo, e que passou a ter papel decisivo no rito do impeachment determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), dias depois do petista ser levado a depor pela Polícia Federal.

O pedido de ajuda de Lula a Sarney acontece no mesmo dia em que o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), ao tomar conhecimento do café da manhã entre os ex-presidentes, se contorce para aparecer na mídia nacional em defesa de Dilma.

Oposição mira em Dilma para evitar ‘vitimização’ de Lula

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Folha.com

A ação da Lava Jato sobre o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a oposição receosa. Nos bastidores, líderes dos principais partidos adversários do governo federal e do PT admitem que a condução coercitiva do ex-­presidente e a intensa cobertura da nova fase da investigação abriram uma “brecha” para que o petista se apresente como vítima.

Na tentativa de não alimentar esse movimento, a oposição acordou que, a partir da semana que vem, vai centrar o foco da atuação política no impeachment da presidente Dilma Rousseff e na ofensiva contra a sua reeleição, travada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Esse script prevê ainda que, para perguntas sobre Lula, a resposta será uma só: é um assunto a ser tratado pela polícia e a Justiça.

Durante toda a última sexta­-feira (4), quando a Lava Jato colocou a Operação Aletheia nas ruas, os principais nomes da oposição trocaram telefonemas e fizeram reuniões para debater a melhor forma de reagir à ação, considerada o momento mais delicado desde o início da crise.

Já naquela manhã, havia dúvidas sobre o modo como a ação sobre Lula seria vista pela população. Em privado, tucanos e integrantes do DEM confessaram que a condução coercitiva efetuada contra o ex-­presidente – levado a depor na delegacia da PF do aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo –, deu munição para o discurso de que ele é vítima de um golpe.

A confirmação de que esse viés seria explorado veio em seguida, quando o petista disse que havia se sentido como um prisioneiro e emocionou­-se ao falar sobre o episódio. O PSDB avalia que, nesse cenário, qualquer sintoma de agitação social pode fortalecer a tese de que o movimento contra Lula criou um clima de conflagração social.

A ordem, portanto, é expressar apoio incondicional às instituições e à Justiça, mas não entrar no “jogo” proposto pelo ex-­presidente.

Em outra frente, já nesta segunda­-feira (6), a oposição inicia obstrução dos trabalhos na Câmara como forma de pressionar o impeachment e pede ao TSE que incorpore à ação que investiga ilegalidades na reeleição de Dilma os termos da delação premiada negociada pelo senador Delcídio do Amaral (PT­ MS), ex­líder do governo.

“Não vamos comemorar [a ação da PF contra Lula], não vamos tripudiar, vamos aguardar as investigações. E cuidar aqui do que é a política, que é a Dilma. Vamos mostrar que com ela não dá mais”, disse o senador Aécio Neves (PSDB­MG).

Discurso semelhante foi feito por Agripino Maia, presidente do DEM. “A questão do Lula não é um assunto político, é policial. Temos que nos concentrar na homologação da delação de Delcídio. Isso pode trazer forças novas à articulação do impeachment”, avaliou.

PMDB

A cautela com Lula também é palavra de ordem no PMDB, partido comandado pelo vice-­presidente da república, Michel Temer (SP), principal beneficiário de uma eventual queda de Dilma.

A cúpula da sigla acordou evitar polêmica sobre o assunto e suas implicações para Dilma pelo menos até o próximo dia 12, quando ocorrerá a convenção nacional da legenda e Temer será reeleito presidente da sigla.

A recondução de Temer se dará na véspera das próximas manifestações nacionais pelo impeachment, marcadas para o dia 13.

Os atos são aguardados com grande expectativa pela ala do PMDB que é a favor do impeachment de Dilma. Esse grupo avalia que, se houver grande adesão aos protestos, no dia 15, o governo Dilma estará acabado.

Internautas “tiram o couro” de Flávio Dino após defesa de Lula

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O governador Flávio Dino (PCdoB) foi duramente criticado por internautas depois de ter defendido o ex-presidente Lula (PT), conduzido coercitivamente pela PF para depor em São Luís (reveja).

Acima estão apenas alguns dos muitos comentários na página do governador do Maranhão. Quer deixar o seu também? Clique aqui.

Do Blog do Gilberto Leda

Um aviso: PF na casa de Lula mostra que país não tem intocável…

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A operação Aletheia eleva a temperatura da política ao nível máximo na manhã de hoje ao mirar o ex-presidente Lula e levá-lo a depor coercitivamente na Polícia Federal. O dia deve permanecer tenso na economia e na política e girando em torno desses eventos da Lava-Jato.

Ontem o mercado reagiu positivamente à divulgação da delação de Delcídio do Amaral, porque na visão dos analistas ela enfraqueceu o governo e pode ter abreviado o seu fim. Hoje deve ser outro dia assim, de recuperação na bolsa e queda do dólar.

Não se reage contra Lula e Dilma, mas pela visão de que o atual governo vem tomando decisões erradas na economia há muito tempo e levou o país a uma crise de dimensões históricas. Continuar nesta direção é permanecer afundando. Mas a visão do mercado não é importante porque eles mudam de ideia e cotações sobem e descem ao sabor da mais superficial das conclusões.

O que é relevante para quem olha o país é que os passos da Operação Lava-Jato abrem a possibilidade de organizar o país sobre outras bases, enfrentando velhos vícios de proteção de poderosos, velha promiscuidade entre o público e o privado.

Os governos petistas não tiveram limites na apropriação do público para benefício do partido, e não tiveram medo de permanecer cometendo os mesmos erros que já haviam sido condenados no Mensalão. Quanto ao ex-presidente ele tem agora uma boa oportunidade de explicar as muitas sombras que cercam os eventos em torno do apartamento em Guarujá e do sítio em Atibaia.

O país não tem mais uma pessoa intocável, é isso o que a Aletheia (busca da verdade) está mostrando.

Por Miriam Leitão – De o Globo

Lula diz estar cansado de ‘mentiras e safadezas’ e elogia Dilma

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De O Globo

SÃO PAULO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta-feira que está “cansado de mentiras e safadezas” e comparou a crise do governo e do PT à perseguição dos nazistas perseguindo os judeus.

— Eu quero dizer para vocês que eu estou cansado de mentiras e safadezas. Eu estou cansado de agressões à primeira mulher que governa esse país. Eu estou cansado de ver o tipo de perseguição e o tipo de criminalização que tentam fazer às esquerdas nesse país — afirmou o ex-presidente. A declaração foi dada durante discurso, de pouco mais de 20 minutos, realizado na posse do novo presidente do sindicato dos bancários do ABC, Belmiro Moreira, em Santo André, região do ABC paulista.

Para Lula, as pessoas “que se diziam democráticas” ainda não aceitaram o resultado das eleições do ano passado e estão perseguindo a presidente Dilma Rousseff.

— Eu tenho a impressão que muitas vezes a gente vê na televisão, parece os nazistas criminalizando os judeus, os romanos criminalizando os cristãos, os fascistas criminalizando o povo italiano. Parece tantas outras perseguições que a gente já viu.

À plateia de cerca de 200 pessoas, em sua grande maioria formada de sindicalistas, Lula disse que é preciso conscientizar e educar a população para que ela saiba compreender os momentos de crise.

— Cada vez mais as coisas pioram para nós, jogamos a culpa no governo. É mais fácil. A gente tem que encontrar alguém para jogar a culpa.

Apesar de um discurso rápido para os padrões de Lula, de voz rouca e do tom apático, o ex-presidente tentou passar confiança:

— Eu quero dizer para todas as pessoas que estão descrentes, que acham que o mundo vai acabar, que está vivendo uma crise, que não há um momento na história desse país que não tivemos uma crise.

Lula, que recentemente fez críticas duras à presidente, elogiou nesta sexta o caráter e a dignidade de Dilma.

— Neste pais não há razão para ter medo do futuro porque tem uma mulher da maior dignidade governando esse país. Não tem pessoa com o caráter mais forte do que a Dilma. Ela está sendo vítima de uma conjuntura que está prejudicando chineses, alemães, americanos…

Ainda tentando passar esperança aos sindicalistas do seu berço eleitoral, ele assumiu o momento de crise, mas disse que quando foi eleito pela primeira vez, encontrou o país em um momento pior.

— A inflação está alta agora, está assustando muita gente, mas está 9% e com perspectiva de cair porque a Dilma tem obsessão de não permitir que a inflação ultrapasse esse limite, que chegou a 9% ao ano e não a 80% ao mês. Lembrando que quando eu peguei esse pais, a inflação estava 12,5% ao ano e o desemprego estava 12% — disse o ex-presidente, que continuou: — Quem estiver apostando no fracasso do país, vai quebrar a cara porque esse país é muito grande e tem um grande poder de reação.

Entre os presentes no evento sindical estavam o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), o deputado federal Vicentinho (PT-SP), o prefeito de Santo André Carlos Grana (PT) e o presidente da CUT-SP, Adi dos Santos.

Dilma e Lula agendam vinda ao Maranhão…

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A presidente Dilma Rousseff virá ao Maranhão até o final do mês de agosto. Lula também deve passar pelo estado ainda neste início deste segundo semestre. A priori as agendas são independentes. O acerto foi feito durante encontro entre os dois no Palácio da Alvorada. A agenda positiva teria grifos em inaugurações e lançamento de programas. Por aqui, resta improvisar placas a descerrar e laços para corte, enfim, rebobinar um filme antigo. O anúncio da jornada petista à região Nordeste está nos jornais do país deste sexta-feira (24).

O roteiro da presidente e do ex-presidente da República por cinco estados do Nordeste faz parte de uma agenda estratégica nos colégios eleitorais que conferiram expressiva votação aos petistas nas últimas eleições presidenciais. A intenção é formar uma corrente de apoio à Dilma e conter a onda do impeachment vista pelo próprio Lula como eventual movimento desencadeado pelas forças da oposição alinhada aos tucanos.

No Maranhão, tanto Lula como Dilma terão palanques divididos entre grupos políticos antagônicos. O comandado pelo ex-senador José Sarney (PMDB), cicerones cativos dos petistas no Estado; e o recém constituído pelo governador Flávio Dino (PCdoB) que tem um tucano como vice.

Destronado do comando político do estado, os Sarney (José, Roseana e reminiscentes) se escoram no papel ainda reservado ao PMDB na base de sustentação política de Dilma. Lula é companheiro de Sarney, que considera especial na história política do país. Sarney, Lula e Dilma têm as digitais em projetos de grande potencial como estelionato eleitoral no Maranhão, como a refinaria de Bacabeira.

Em tempo de pactos, o governador Flávio Dino deve apresentar aos dois a conta de extensa relação que inclui a conclusão da duplicação da BR-135, uma epopéia que se arrasta desde o século XX. Da parte do prefeito Edivaldo Holana Júnior a promessa do Brasil Carinhoso e tantos creches também está na nota. Não cabe como resposta, o estado de crise que o país atravessa.

Por Henrique Bois

Danou-se: Lula procura FHC para tentar conter impeachment de Dilma

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O petista Luiz Inácio Lula da Silva orientou amigos a procurarem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para propor uma conversa entre os dois sobre a crise política.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o objetivo imediato do movimento é conter as pressões pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Há cerca de duas semanas, amigos de Lula discutiram separadamente com ele e FHC a possibilidade de um encontro dos dois.

Os contatos teriam ocorrido às vésperas de FHC viajar de férias para a Europa. Lula teria dito a aliados que a conversa poderia ser por telefone e antes do tucano viajar. No entanto, o tucano preferiu deixar a definição de um eventual encontro para ser discutida depois que ele voltar ao Brasil, em agosto.

Não é o primeiro aceno de Lula aos tucanos. Em maio último ele encontrou o senador José Serra (PSDB-SP) na festa de um amigo em comum e disse que gostaria de marcar uma conversa reservada.

 

MPF abre inquérito para investigar suposto tráfico de influência de Lula

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A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu inquérito para investigar suposto tráfico de influência internacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para favorecer a construtora Odebrecht, uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

Após uma apuração preliminar, motivada por uma representação protocolada no Ministério Público Federal (MPF) que apontava suspostas irregularidades cometidas pelo ex-presidente, os procuradores da República disseram ter identificado indícios suficientes para investigá-lo.

O alvo das investigações são viagens internacionais feitas por Lula que teriam sido bancadas pela Odebrecht. Entre os países visitados pelo ex-presidente com patrocínio da maior construtora brasileira estão Cuba, República Dominicana, Gana e Angola.

Por meio de nota (veja íntegra abaixo), a Odebrecht informou que mantém relação institucional com Lula e que ele foi convidado exclusivamente para dar palestras, a exemplo de ex-presidentes de outros países.

Investigação
Em maio, a revista “Época” revelou que o Ministério Público Federal no DF estava investigando o ex-presidente da República em razão de que ele estava cometendo tráfico de influência internacional.

Na ocasião, a reportagem reproduziu o pedido de apuração preliminar que citou “supostas vantagens econômicas” obtidas, direta ou indiretamente, por parte de Lula da Odebrecht entre 2011 a 2014.

Além de abrir o inquérito, o MPF do Distrito Federal solicitou o compartilhamento de provas da Lava Jato para incluir na investigação criminal envolvendo Lula. A apuração do petista está sob a responsabilidade do núcleo de combate à corrupção.

A procuradora responsável pelo caso na Procuradoria da República do Distrito Federal é Mirella de Carvalho Aguiar. Porém, o procurador que assina a decisão de abrir o inquérito contra o ex-presidente Lula é Valtan Timbó Martins Mendes Furtado. Procurada pelo G1, a assessoria da procuradoria informou que a abertura do inquérito foi decidida pelo procurador que atua em substituição a Mirella, que está de férias.

‘Surpresa’
Ao G1, a assessoria do Instituto Lula informou, inicialmente, que não iria se manifestar sobre o assunto. Depois, por meio de nota, afirmou que recebeu com “surpresa” a notícia da abertura de inquérito para investigar o ex-presidente, na medida em que, segundo a entidade, ele “já entregou todas as informações solicitadas pela procuradora Mirella de Carvalho Aguiar”.

“O Instituto Lula recebeu a notícia da abertura do inquérito com surpresa porque já entregou todas as informações solicitadas pela procuradora Mirella de Carvalho Aguiar. Tudo o que a procuradora solicitou foi entregue pelo instituto, que chegou a apresentar além do que foi exigido inicialmente. O Instituto Lula avalia que houve pouco tempo para a procuradora analisar o material, mas, logo, entende que faz parte das atribuições do Ministério Público investigar denúncias e terá oportunidade de comprovar a legalidade e a lisura de todas as atividades do Instituto Lula”, diz a nota.

Na reportagem publicada em maio, “Época” revelou documentos que mostram que o BNDES fechou o financiamento de, ao menos, US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira.

De acordo com a revista, entre os empreendimentos intermediados pelo ex-presidente, estão obras de modernização de aeroportos e portos, rodovias e aquedutos, todas tocadas com os empréstimos de baixo custo do BNDES em países alinhados com Lula e o PT.

A Odebrecht informou que todos os contratos com o BNDES sao regulares. “Quanto aos financiamentos à exportação do BNDES, a definição da empresa exportadora de bens e serviços – que devem ser exclusivamente brasileiras – não é do BNDES. Ela ocorre de acordo com a legislação do país que toma o empréstimo. A Odebrecht tem seus contratos celebrados de forma regular e em conformidade com as leis aplicáveis no Brasil e no exterior, sem qualquer tipo de interferência de terceiros”, diz a nota.

Do G1

Dilma e Lula fazem reunião para aparar arestas e minimizar crise

Lula: 'Equipe de Dilma será imagem e semelhança dela'

Na visita que fará nesta terça-feira (10) a São Paulo, dois dias depois do panelaço que ofuscou o pronunciamento do Dia Internacional da Mulher, a presidente Dilma Rousseff deve ter um encontro fora da agenda oficial com Luiz Inácio Lula da Silva. Os objetivos: aparar arestas com o ex-presidente e discutir alternativas à crise que consome a popularidade do governo.

A adequação da agenda para reunião com Lula acontece pela necessidade de criar uma blindagem à presidente Dilma Rousseff num momento em que as oposições elevam o tom. A viagem já estava prevista e faz parte de um roteiro que inclui ainda outras três agendas em capitais: Rio Branco, na quarta-feira, Rio de Janeiro, na quinta-feira, e Belo Horizonte, na sexta.

Distanciados desde a reforma que afastou do núcleo do poder os homens de confiança do ex-presidente, Dilma e Lula agora precisam, por sobrevivência, afinar o discurso e buscar apoio de aliados para uma crise que se vislumbra longa e turbulenta.

Na agenda sobram temas espinhosos: as tensas relações com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois da inclusão dos dois na lista de investigados na Lava Jato; uma possível reforma ministerial que melhore a presença do PMDB na Esplanada; contraponto às manifestações orquestradas por grupos hostis ao governo – e que insistem bater na tecla do impeachment; a agenda do PT e dos movimentos sociais para se antecipar a onda de manifestações que deve começar no próximo domingo.

Além do possível recrudescimento das manifestações, o governo está preocupado com o redesenho das forças que dominam o Congresso. O PMDB, ferido com a divulgação dos pedidos de inquérito apresentados pelo procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pode transformar-se, de principal fiador da coalização, em um grande problema para a presidente Dilma. Renan Calheiros e Eduardo Cunha se sentiram desprestigiados com a suposta falta de apoio do governo, que teria protegido petistas e deixado aliados ao relento.

Além do comando sobre as duas Casas, o partido controla a nova CPI da Petrobras, que tem potencial para agravar o desgaste do governo. O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), já avisou que, se necessário, pode investigar supostas relações de Lula e Dilma com os malfeitos na estatal. Um dos mais jovens congressistas da história, com 25 anos de idade, notório aliado de Eduardo Cunha, Motta tem feito um discurso de independência do governo, demonstrando, em entrevistas, que está mais preocupado com sua biografia do que defender o governo.

Do IG