Maranhão integra frente contra fraude na compra de respiradores no Nordeste

Maranhão integra frente contra fraude na compra de respiradores no Nordeste

Uma Comissão Parlamentar Interestadual criada por 26 deputados estaduais dos nove estados do Nordeste para acompanhar e fiscalizar o Consórcio Nordeste tem participação do Maranhão. O deputado Wellington do Curso (PSDB) é o representante maranhense no colegiado.

O grupo se reuniu pela primeira vez, numa videoconferência, na segunda-feira, 8, e decidiu que vai ampliar os esforços de fiscalização da malfadada compra de 300 respiradores pelo consórcio de governadores nordestinos. Os equipamentos, no valor de R$ 48,7 milhões, foram pagos antecipadamente à empresa HempCare Pharma, mas nunca chegaram ao Brasil.

Durante o debate desta semana, os parlamentares elaboraram uma Carta de Intenções na qual apontam irregularidades latentes na condução do Consórcio Nordeste – a principal delas, a falta de transparência.

“O Consórcio Nordeste não possui Portal de Transparência e não divulga oficialmente as despesas e as informações públicas sobre sua estrutura administrativa e suas contratações, o que é uma nítida violação às disposições constitucionais da publicidade e transparência”, diz trecho do documento, que segue:

“Por manejar diretamente verbas públicas milionárias dos nove estados do Nordeste, o Consórcio não pode permanecer inerte na divulgação de seus dados, muito menos pode manter sua total ineficiência no enfrentamento dos problemas reais vivenciados pela região Nordeste”.

A fraude na compra dos respiradores foi alvo da Operação Ragnarok, desencadeada no início da semana passada pela Polícia Civil da Bahia. Como o caso pode envolver governadores, o processo decorrente da ação policial foi encaminhado para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Cabe à Corte, em função do foro privilegiado, processar e julgar gestores estaduais.

Antes, a ação tramitava no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em virtude de a presidência do colegiado de governadores ser exercida pelo chefe do Executivo baiano, Rui Costa (PT).

Segundo investigação da Polícia Civil da Bahia, a HempCare Pharma, contratada pelo consórcio, deixou de entregar 300 respiradores, no valor de R$ 48,7 milhões, pagos antecipadamente. Sediada em Araraquara, a empresa foi contratada para intermediar a compra dos respiradores fabricados na China e garantir o seu transporte até o Brasil.

Ainda de acordo com a Polícia Civil baiana, a ação do grupo foi denunciada pelo próprio consórcio. “O estabelecimento se apresentava como revendedor dos produtos e tentou negociar de forma fraudulenta com vários setores no país, entre eles os Hospitais de Campanha e de Base do Exército, ambos em Brasília”, informou a corporação, em nota.

Do total pago à HempCare Pharma, o Governo do Maranhão pagou, também de forma antecipada, aproximadamente R$ 4,9 milhões por 30 respiradores – algo em torno de R$ 160 mil por unidade. O recurso foi depositado na contra do Consórcio Nordeste.

Nesta semana, o deputado federal Edilázio Júnior (PSD) protocolou, na 21ª Vara Cível de Brasília, ação popular, com pedido de liminar, para que o Estado do Maranhão, o Consórcio Nordeste e a HempCare sejam obrigados a devolver aos cofres públicos o valor que o governo Flávio Dino (PCdoB) repassou ao colegiado de governadores nordestinos.

Ele pede, também, que os réus sejam obrigados a pagar dano moral coletivo de igual valor. O dinheiro deve ser repassado ao Fundo Estadual de Saúde.

Do Blog do Gilberto Leda

BRs 135 e 316, no Maranhão, devem ser privatizadas em 2022

BRs 135 e 316, no Maranhão, devem ser privatizadas em 2022

O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), do governo federal, anunciou ontem (10) que deve privatizar em 2022 duas rodovias federais que cortam o Maranhão.

Segundo o colegiado, devem ir a leilão as BR 135 e 316, duas das mais movimentadas que cortam o estado.

O trecho a ser concedido à iniciativa privada é de 438 km e ajudará no escoamento de grãos da região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

O CPPI não especificou quais pontos serão privatizados, mas, pela extensão, é provável que seja entre Teresina e São Luís.

Do Blog do Gilberto Leda

Maranhão entre os cinco piores no combate à Covid-19, mostra CLP

Maranhão entre os cinco piores no combate à Covid-19, mostra CLP

O Maranhão é um dos cinco estados brasileiros com pior quadro no enfrentamento ao novo coronavírus entre as 27 unidades da federação atualmente, de acordo com o Ranking Covid-19 dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e publicado pelo Broadcast/Estadão.

No ranking, criado para avaliar comparativamente como as ações dos Estados têm se refletido nos números, quanto maior a nota normalizada, pior é a avaliação no combate à doença. Em primeiro lugar entre os piores está o Pará, depois, Rio de Janeiro, Roraima, Maranhão e Ceará completam o Top 5 de Estados com situação mais desfavorável no combate à pandemia.

Na outra ponta, os Estados com melhor classificação no enfrentamento ao coronavírus são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amapá, Mato Grosso do Sul e Bahia, nessa ordem.

O ranking conta com atualização semanal (a última foi feita no dia 02/06) e usa a mesma metodologia do Ranking de Competitividade dos Estados, também elaborado pelo CLP e que vai para sua nona edição este ano. Para análise da atuação perante à pandemia, são usados nove indicadores: a proporção de casos confirmados, a evolução dos casos (em escala logarítmica) e o porcentual de mortalidade de Covid-19, conforme números do SUS, assim como os mesmos indicadores para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), fornecidos pela Fiocruz, além do Índice de Transparência da Covid-19, da Open Knowledge Brasil, e de dados de isolamento social, do Google.

De maneira geral, a proporção média de contaminados por Covid-19 por milhão de habitantes (pmh) no Brasil dobrou nas últimas duas semanas: de cerca de 1.355 para 3.120. Mas a boa notícia é que a taxa de mortalidade nacional caiu no mesmo período, de 4,58% para 3,94%. O CLP ainda destaca que a evolução dos casos perdeu força no País, indo de uma escala de até 0,80 na semana do dia 20 para até cerca de 0,50 atualmente, enquanto o grau de transparência subiu. Em relação à projeção da doença no Brasil, a expectativa é de que, até o dia 2 de julho, o número de óbitos ultrapasse 60 mil. O último balanço do Ministério da Saúde é de 34.021 vítimas fatais até o dia 4 de junho.

Em relação aos Estados, depois de oito semanas no topo da lista de pior quadro no enfrentamento ao coronavírus, o Amazonas melhorou a atuação e, agora, se encontra em sexto lugar entre os entes federativos com situação mais desfavorável. O Estado nortista também deixou a liderança de casos por milhão de habitantes e agora é o segundo com mais infectados: 9.494 por milhão de habitantes (pmh). A taxa de mortalidade também caiu de 7,02% na semana do dia 20, a quinta mais alta naquele momento, para 5,13% nesta semana (6ª maior), embora ainda acima da média nacional. O Amazonas também passou de 9º para 20º Estado com maior evolução da doença no período. Em relação à SRAG, um dos sintomas mais graves da Covid-19 e um indicativo de subnotificação, comum no Brasil com a falta de testes, a taxa de mortalidade tombou de 34,09% para 8,05%. A transparência, por sua vez, caiu de 93% para 50%.

Procurada, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Maranhão informou que não foi previamente ouvida sobre a formulação do mencionado ranking, nem teve acesso ao seu conteúdo, de forma que só se posicionará após ter conhecimento do mesmo. Segundo a secretaria, qualquer indicador que não leva em conta o número de testes realizados não conseguirá interpretar corretamente o número de casos e a evolução dos casos em escala logarítmica.

Com informações do Broadcast/Estadão

Maranhão já iniciou 2ª fase da flexibilização do comércio; saiba o que voltou

Maranhão já iniciou 2ª fase da flexibilização do comércio; saiba o que voltou

Portaria publicada nesta sexta-feira (29) pela Casa Civil do Governo do Maranhão especificou os segmentos e atividades econômicas na lista dos estabelecimentos autorizados a funcionar no Estado a partir de 1º de junho. A medida faz parte da retomada gradual da economia, impactada pela pandemia de coronavírus.

Além disso, a portaria traz regras sanitárias gerais e específicas. Ou seja, os estabelecimentos comerciais, as indústrias e as empresas que estiverem autorizadas a funcionar no Maranhão terão de seguir dois tipos de medidas sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus: as gerais e as específicas.

As regras gerais valem para todos, independentemente do tipo de atividade. As específicas valem para cada segmento, de acordo com o tipo de atividade que exercem.

O que pode funcionar

Entre as atividades que podem funcionar a partir de 1º de junho, estão clínicas médicas; dentistas; hotéis e pousadas; transporte coletivo; óticas; autoescolas; construção civil; salões de beleza ; comércio de móveis e variedades para o lar; supermercados e mercados; e serviços de informática e venda de celulares.

Também podem funcionar delivery e drive-thru de restaurante, bar e lanchonete; imobiliárias e escritórios; pequenas empresas exclusivamente familiares; postos de combustível e entrega e retirada de lavanderia; lojas de tecido, oficinas e loja de material de construção; bancos e coleta de lixo.

O que não pode funcionar

Entre os segmentos que continuam vetados, estão academias, shopping centers, cinemas, teatros, bares e casas noturnas; restaurantes, bares e lanchonetes (com exceção de delivery e drive thru).

Também permanecem suspensas as visitas a pacientes suspeitos ou confirmados com coronavírus.

Órgãos públicos

A partir de 1º de junho, também está autorizada a retomada gradual do funcionamento dos órgãos e entidades do Governo do Maranhão. Essa regra vale para o Poder Executivo estadual e não abrange o Judiciário ou o Legislativo.

Vale a mesma regra para todos: o uso de máscara é obrigatório, deve haver revezamento entre os funcionários e distância mínima de dois metros entre eles.

O atendimento presencial ao público externo continua suspenso até o dia 7 de junho. No dia 8, está prevista a volta gradual do atendimento presencial. Até lá, os canais de atendimento são telefone e internet.

A lista completa das atividades pode ser acessada aqui.

De volta a normalidade: Governo do Estado anuncia datas para retorno de shoppings, academias, bares e restaurantes

De volta a normalidade: Governo do Estado anuncia datas para retorno de shoppings, academias, bares e restaurantes

O Governo do Maranhão anunciou por meio de portaria que a partir do dia 15 de junho voltam a funcionar lojas de rua, tais como sapatarias, lojas de roupas, presentes e congêneres;, assim como lojas situadas em shopping centers (vedadas praças de alimentação, cinemas, áreas infantis, restaurantes e a realização de eventos).

No dia 22 de junho, voltam as academias de ginástica e esportes. E no dia 29 de junho Bares e Restaurantes e Praças de alimentação em shopping centers, voltam a ser abertos.

Vale lembrar que as datas elaboradas pelo Governo do Maranhão são baseadas em previsões de acordo com as condições do novo coronavírus.

Confira o documento na íntegra

Do Blog do Diego Emir

Bolsonaro sanciona lei que garante ajuda de R$ 982 milhões ao governo Dino

Bolsonaro sanciona lei que garante ajuda de R$ 982 milhões ao governo Dino

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou hoje (28), com vetos, o projeto que prevê ajuda financeira de R$ 60 bilhões a estados e municípios. O texto foi publicado na edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União.

Pelo texto sancionado, o governo Flávio Dino (PCdoB) terá direito a R$ 982 milhões.

Segundo dados da Agência Senado, o chamado “socorro emergencial” garantirá R$ 250 milhões para aplicação exclusiva na saúde pública, e outros R$ 732 milhões para investimentos a serem decididos pelo chefe do Executivo (saiba mais).

O mesmo levantamento aponta, ainda, que caberá aos prefeitos algo em torno de R$ 597 milhões (veja aqui a lista).

Vetos

Bolsonaro acolheu os quatro vetos sugeridos pela equipe econômica do governo. Veja quais os trechos vetados e as justificativas apresentadas pelo governo:

  • Aumento a servidores: abertura de exceção para que servidores da saúde e segurança pública pudessem ter os salários reajustados. Com o veto, não haverá reajustes para nenhuma categoria do serviço público até o final do ano que vem. Segundo o governo, a manutenção do dispositivo retiraria quase 2/3 do impacto esperado para a restrição de crescimento de despesa com o pessoal;
  • Concursos públicos: vetada suspensão dos prazos de validade de concursos públicos homologados até 20 de março.Segundo o governo, o dispositivo fere o pacto federativo e a autonomia dos entes da federação;
  • Garantias e contragarantias: trecho proibia a União de executar garantias e contragarantias em caso de inadimplência em 2020. De acordo com o governo, se a proibição permanecesse, haveria o risco de o Brasil se tornar inadimplente perante o mercado doméstico e internacional;
  • Previdência: trecho previa a suspensão das parcelas relativas aos pagamentos dos financiamentos de dívidas dos Municípios com a Previdência. Governo afirma que o parágrafo é inconstitucional, porque o prazo suspenderia o limite de 60 meses.

Com informações do Globo.com

Reinício das aulas no MA deve ser adiado mais uma vez

Reinício das aulas no MA deve ser adiado mais uma vez

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), admitiu nesta quinta-feira, 21, durante coletiva à imprensa, que deve adiar mais uma vez o reinício das aulas na rede estadual de ensino.

A retomada havia sido inicialmente marcada para o dia 1º de junho, segundo declarou o comunista no início do mês de maio. Mas, “muito provavelmente”, segundo o chefe do Executivo, será adiada novamente.

“Muito provavelmente haverá adiamento dessa data. Vamos, quase que certamente, editar um novo decreto, adianto isto por mais duas ou três semanas”, declarou, citando exemplos de países que tentaram retomar as atividades escolares, mas recuaram.

As aulas na rede pública estão suspensas desde março.

Do Blog do Gilberto Leda

Decreto com reabertura de setores do comércio no Maranhão deve sair hoje

Decreto com reabertura de setores do comércio no Maranhão deve sair hoje

O governador Flávio Dino (PCdoB) deve editar nesta quarta-feira (20) decreto com novas regras para o funcionamento de atividades comerciais e industriais no Maranhão, após o fim do lockdown, no fim de semana.

Segundo o que anunciou o comunista em entrevista à TV Mirante no início da semana, será autorizada apenas uma “abertura progressiva”, em virtude da luta contra o novo coronavírus (Covid-19). O ato, contudo, só terá validade a partir do dia 25 de maio.

“Vou editar o decreto no dia 20 (quarta-feira), com diretrizes para uma abertura progressiva, mediante protocolos que estão sendo negociados setorialmente. Vamos manter medidas de caráter geral, ou seja, haverá regras sanitárias em todo o estado. Haverá possibilidade de flexibilização por segmento econômico e por região. É o início de um processo de abertura do setor de comércio e serviços. Provavelmente no dia 25 já teremos alguns segmentos que voltarão a funcionar e a cada semana outro segmento. Poderemos ter medidas mais rígidas em algumas regiões, se notarmos uma sobrecarga no sistema hospitalar. No Brasil inteiro, no Maranhão também, temos que observar semana a semana”, disse.

É provável que, mais uma vez, haja diferenciação entre a Região Metropolitana de São Luís, na Ilha, e o continente, com regras mais brandas na primeira, em virtude da explosão de novos casos da doença no interior do Estado.

70% dos novos casos de Covid-19 no MA são registrados no interior

70% dos novos casos de Covid-19 no MA são registrados no interior

Os novos dados divulgados, dia a dia, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmam uma tendência: o novo coronavírus já se espalhou pelo interior do Maranhão.

O boletim epidemiológico divulgado ontem (18), por exemplo, aponta que, enquanto na Ilha de São Luís foram registrados 276 novos casos, no continente, 708.

De acordo com esses dados, o interior já representa algo em torno de 70% das novas infecções por Covid-19.

Uma mudança de paradigma que precisa de resposta rápida do Estado.

Do Blog do Gilberto Leda

‘Não adiantou a bronca’: prefeito polêmico do Maranhão que defendeu isolamento lamenta 7 mortes

‘Não adiantou a bronca’: prefeito polêmico do Maranhão que defendeu isolamento lamenta 7 mortes

Do UOL – De chapéu, bermuda e bota, o prefeito de Trizidela do Vale (MA), Fred Maia (MDB), viralizou em março em um vídeo compartilhado nas redes sociais. Revoltado, ele deu bronca na população que não aderiu ao isolamento social como prevenção ao novo coronavírus. Quase dois meses depois, o político agora lamenta mais de cem casos da covid-19 na cidade e uma fila de pacientes à espera de leitos. Sete óbitos já foram registrados.

“Não adiantou [a bronca], porque ninguém quis acreditar que o vírus chegaria”, afirmou Maia, em entrevista ao UOL. No vídeo que repercutiu na internet, Maia concedia entrevista ao programa “J9”, do jornalista Coutinho Neto, na TV Ouro Vivo, retransmissora do SBT, em Trizidela do Vale, a 335 quilômetros de São Luís.

Aos gritos, o prefeito deu uma bronca na população por desobedecer a recomendação de isolamento social como estratégia para a prevenção ao novo coronavírus.

“Lá na China, sabe por que controlam? Porque lá se o ‘cabra’ não respeitar, vai para o cacete, vai para o pau. Aqui no Brasil, com a ‘sem-vergonhice’ dessas leis vagabundas, o vagabundo quer estar no meio da rua. […] Isolamento é para estar dentro de casa. Não é na calçada, não. A coisa está séria”, revoltou-se o prefeito, entre vários palavrões.

“Tem uns filhos de umas éguas que estão fazendo visita. Vai fazer visita na casa da sua mãe, p…rra. Não vai para dentro de abrigo, não. […] As coisas agora vão ser assim. No grito, na porrada e no spray de pimenta para aprender. O brasileiro quer ser diferente de todo o mundo e não quer respeitar as coisas? Está vendo nos outros países, todo o mundo respeitando? As Olimpíadas agora mesmo foram canceladas”, complementou Maia, bastante irritado.

“Eu sou meio bruto, mesmo”

O prefeito —que está seu segundo mandato— afirmou que naquele dia estava “cheio de coisas” por causa da enchente que atingia a cidade em paralelo com as ações de combate ao novo coronavírus.

O rio Mearin invadiu a cidade, causando a pior cheia desde 2009. A situação provocou o fechamento do comércio por 30 dias, e a retirada de mais de 1.700 pessoas de suas casas para abrigos. Apesar do estresse, ele garante que esse é seu jeito, mesmo.

“Eu sou meio bruto, está entendendo? Hoje em dia, quem diz a verdade é tratado como bruto, doido ou ignorante. Então, eu falo a verdade para qualquer um, pode ser para o governador, presidente ou deputado. Disse umas verdades para o governador [Flávio Dino], e ele até ficou enfezado comigo. Meu irmão, não tem conversa mole comigo, não. Falo duro mesmo, e a realidade era aquela. Estávamos em uma enchente, e o povo todo na rua, como se nada estivesse acontecendo?”

Não há leitos de UTI

Maia se diz aflito porque a população não entendeu a bronca na TV. Trizidela do Vale tem atualmente 109 casos confirmados, com sete mortes.

A preocupação externada na TV tinha relação com a própria estrutura de saúde do município. Com o avanço da covid-19 na cidade, os pacientes diagnosticados passaram a ficar em um hospital de campanha improvisado em uma escola municipal após a UBS (Unidade de Básica de Saúde) alagar com a enchente.

Além disso, a cidade mais próxima com um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) fica a mais de 100 quilômetros — trata-se de Coroatá, mas lá também não há mais vagas. Dois pacientes de Trizidela do Vale aguardavam hoje por transferência.

A previsão do prefeito é que o problema amenize a partir de segunda-feira (18), quando está marcada a abertura de um hospital com 25 leitos e três respiradores. Dois deles são alugados.

“A gente brigou para o pessoal não ir para a rua, mas não teve jeito. O hospital está lotado e não tem leito para botar o povo. Está muito difícil”, criticou Maia.

Circulação entre cidades é desafio contra a doença
Fred Maia afirma que é a favor do isolamento rígido, o “lockdown”, mas pondera que a medida seria viável somente se a cidade vizinha, Pedreira, também decretasse o fechamento total, pois é no outro município que a população de Trizidela do Vale busca atendimento bancário e faz compras em lojas de departamento.

O fluxo entre as duas cidades —separadas por uma ponte— aumentou em razão do pagamento do auxílio emergencial, segundo o prefeito.

Trizidela do Vale tem pouco mais de 5.000 famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único) do Governo Federal, o que representa quase o total da população, se for considerada a média de quatro pessoas por família, conforme estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em abril, eram 3.338 beneficiários no Bolsa Família. Com a população dependente de auxílios, fica inviável controlar o fluxo entre as cidades.

“Se a gente contar os 15 dias antes do primeiro caso, vai dar certinho com o pagamento do auxílio emergencial. O isolamento só resolve agora se for de maneira universal, fechando tudo. As pessoas são teimosas demais. Fecha tudo ou não adianta”, afirma o prefeito, que, em meio à pandemia na cidade, diz tomar todos os cuidados por ser hipertenso.

“Só estou me salvando porque ando com duas máscaras, luva, tomo banho de álcool e uso azitromicina a cada 15 dias.”