Itapagé – empresa do Grupo João Santos com sede em Coelho Neto e fechada em 2005
Com 12 fábricas, detendo 13% do mercado de cimento no Brasil, acaba de falir, oficialmente, o Grupo João Santos, dono da marca Nassau.
A Nassau produzia 6,4 milhões de toneladas de cimento. Mas, o Grupo João Santos não era só cimento. Tinha usinas de açúcar e etanol, de papel e celulose e uma rede de comunicação, a Rede Tribuna.
No epicentro dos atrasos salariais e desvalorização de seus produtos está a questão familiar. Uma reportagem produzida pela revista Isto É Dinheiro, em 2010, já anunciava a crise instaurada que, mais cedo ou mais tarde, resultaria na situação local.
No entanto, o império do Grupo começou a andar mal das pernas há sete anos, na ocasião da morte do patriarca e presidente do conglomerado, João Pereira dos Santos.
Segundo a reportagem, a briga pelo controle do grupo teria de um lado Fernando Santos, José Bernadino Santos e Maria Clara Santos, filhos de João Santos, e do outro lado, as irmãs de João Santos, Ana Maria Santos e Rosália Santos, além de Alexandra, Rodrigo e Maria Helena, filhos do primogênito João Santos Filho, que faleceu na década de 80. As discórdias entre os parentes de João Santos começaram em 2009, durante o inventário de bens deixado por ele.
A empresa Itapagé S/A, sediada em Coelho Neto e pertencente ao Grupo Industrial João Santos integra a lista dos maiores devedores da Previdência Social. O levantamento foi apurado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e traz a relação dos débitos com o INSS de mais de 500 empresas – privadas, públicas, fundações, governos estaduais e prefeituras.
De acordo com o levantamento, o débito da Itapagé chega a exatos R$ 73.550.561,55 (setenta e três milhões, quinhentos e cinquenta mil, quinhentos e sessenta e um reais e cinquenta e cinco centavos).
O Grupo João Santos que já foi um dos maiores conglomoreados do país passa por sua pior fase. A empresa Itapagé fechou em 2005 para modernizar suas atividades e passados 12 anos, permanece fechada e sem qualquer expectativa de reabertura.
As outras fábricas Itajubara S/A e Agrimex S/A também sediadas em Coelho Neto, também passam por uma crise sem precedentes. Há quem afirme que esse ano as empresas não realizarão a moagem e que inclusive, toda a produção de cana já teria sido negociada com a empresa COMVAP, do Piauí.
Recentemente a empresa de cimento Itapissuma S/A, localizada no município de Fronteiras-PI, também fechou as portas, mostrando a situação decadente que passa o Grupo João Santos em todas as cidades onde possui suas ramificações.
A Itapissuma S/A, emitiu na manhã desta segunda-feira (6) o comunicado oficial sobre a suspensão temporária de suas atividades na fábrica de cimentolocalizada na Fazenda Monte Alvão, município de Fronteiras.
De acordo com o comunicado, a suspensão “deve-se ao agravamento da crise econômica que assola o país e em especial o ramo da construção civil, onde está inserida a ITAPISSUMA S/A a qual teve uma redução nas suas vendas de cimento na ordem de 80% (oitenta por cento), o que inviabiliza momentaneamente o seu funcionamento.”
Além do desemprego gerado entre os fronteirenses, o município sofrerá sério impacto financeiro, deixando de arrecadar cerca de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) com o não funcionamento das atividades da fábrica.
Foi realizado na manhã desta sexta (03), em Coelho Neto, um ato unificado do movimento sindical em defesa dos direitos dos trabalhadores do Grupo João Santos.
Na pauta de reivindicações organizada pelas entidades sindicais, está a cobrança de salários atrasados, férias e outros direitos trabalhistas que estão sendo desrespeitados pelo comando do Grupo na cidade.
O evento realizado em frente a sede da empresa Itapagé, reuniu trabalhadores, sindicalistas, membros do poder executivo e legislativo, além do deputado estadual Rafael Leitoa (PDT), representando a Assembléia Legislativa do Estado.
Frente da Itapagé será palco de Ato Público em defesa dos trabalhadores do Grupo João Santos
Os sindicatos Sinpacel, Sindicato Rural (STTR) e Sintriad realizarão nesta sexta (03), um grande ato público em defesa dos trabalhadores do Grupo João Santos.
O evento está marcado para acontecer a partir das 09h, em frente a empresa Itapagé, na vila Pimenteira em Coelho Neto e contará com a presença de lideranças comunitárias e diversas autoridade.
O ato público tem a finalidade de sensibilizar os diretores das empresas do Grupo Industrial João Santos, a pagar os salários atrasados dos empregados, bem como as rescisões de contrato de trabalho dos trabalhadores demitidos.
Operários da Nassau reunidos no Sindicato no último sábado (07)
Exatamente 108, dos 414 operários da Fábrica de Cimento Nassau, de Codó (número que se soma aos 80 da Companhia Brasil de Equipamentos), foram ao sindicato da Construção Civil, Cimento, Cal e Gesso na manhã do último sábado, 07, cobrar uma atitude da diretoria perante à Justiça do Trabalho. O presidente, Sebastião Sousa de Oliveira, teve que explicar a inércia.
“O que me aparecia era, individualmente, alguns trabalhador pedindo para entrar com ação contra a empresa, hoje não é diferente, hoje a gente ver o coletivo reunido, uma mobilização dos trabalhadores pra gente tomar essa decisão”, disse Cerca de Quintal, como é mais conhecido, à imprensa após falar aos presentes no mesmo tom.
A decisão de dá entrada numa reclamação trabalhista coletiva foi tomada com base em vários relatos, inclusive alguns até de fome entre as famílias dos trabalhadores, uma vez que já são 5 quinzenas sem salários, além de outros débitos, como nos explicou o técnico de segurança do trabalho Orlando Moreira.
“Estamos com 5 quinzenas sem receber, fora o repasse de FGTS, tá todo mundo com repasse de FGTS atrasado, 13º salário que a obrigatoriedade é pra pagar até o dia 20 de dezembro, a segunda parcela, essa também está em atraso (…) pessoas estão endividadas nos bancos e no comércio local da cidade”, explicou
TEM VENDA, MAS NÃO TEM DINHEIRO
Os operários denunciaram que há produção de cimento e a venda total dela, só não há pagamento dos trabalhadores, como sustentou o operador de forno, Elmiton Barros.
“Saída de cimento tem variável tem dia que sai 21 mil sacos, tem dia que sai 15 mil, sai 17 mil, sai 13 mil e assim sucessivamente (…) tá saindo, o produto, tá saindo e não pagam porque não quer”
O desenhista projetista Carlos Alberto Aranha Machado, com 17 anos de empresa, nos revelou que nunca havia passado por tamanho sufoco salarial. Contou à todos os presentes na reunião que está prestes a perder a moradia porque está com mais de 3 prestações em atraso e a Caixa Econômica Federal até já enviou um funcionário à residência para ver como está vivendo.
Disse que todos já falaram com a direção local da empresa, mas a 5 quinzenas veem ouvindo a mesma resposta.
“Ela só diz que tem que aguardar porque a empresa está em dificuldade, ela não tem o momento de retornar a situação e que a gente aguardasse (…) já foi dito diretamente pelo nosso gerente que o que se produz vende e se vende por que que não se investe?”, indagou com ar de revolta.
COELHO NETO
Em Coelho Neto a triste história também se repete. De acordo com informações do Presidente do Sindciato Sinpacel Mariano Crateús após onze anos as empresas Itapagé S.A. e Agrimex S.A. ambas pertencente ao Grupo Industrial João Santos, com sede no município de Coelho Neto MA, repete se a mesma história, (demite os empregados e não paga as rescisões de contrato de trabalho.
Trabalhadores montando acampamento em frente a empresa repetindo o ato de 11 anos atrás: briga por direitos
O acampamento que os trabalhadore fazem hoje é o mesmo feito entre dezembro de 2005 e janeiro de 2006 onde foram demitidos mais de 1400 empregados que para receber as rescisões os trabalhadores tiveram que acampar em barraco coberto de lona na portaria das empresas por mais de 30 dias, um movimento que sensibilizou a região e a imprensa nacional.
Américo durante audiência com diretoria do Grupo João Santos
O prefeito de Coelho Neto Américo de Sousa (PT), esteve agora pouco reunido com parte da diretoria do Grupo João Santos. Entre os assuntos estava a desapropriação de um terreno que será usado para indenizar trabalhadores que foram dispensados, além de outros temas de interesse dos dois entes.
Para contribuir com o Mutirão da Limpeza, o Grupo cedeu a máquina usada para a limpeza do Aterro Sanitário, que foi encontrado em total desordem, sem condições de receber as cargas de lixo da cidade. Sobre isso o diretor Jairo Sousa disse que a empresa tem interesse em formalizar parcerias que ajude a cidade.
O Prefeito Américo de Sousa disse que a cidade vive um novo momento e que todas as parcerias possíveis serão buscadas para ajudar na tarefa diária de governar a cidade.
Estiveram presentes na reunião ainda os diretores Genival e Leocádio, além do secretário de Indústria e Comércio Josué Viana.
Presidente do Sindicato SINPACEL Mariano Cratéus, denunciou a empresa por querer parcelar rescisões dos empregados.
Foto: João Osório
“As empresas Itapagé S.A. e Agrimex S.A. ambas pertencente ao grupo industrial João Santos (cimento nassau) com sede no município de Coelho Neto – MA, demitiram no dia 19/12/2016, 84 trabalhadores sendo 54 da área industrial e 30 da área rural, no ato do pagamento das rescisões na sede do sindicato, as empresas apresentaram um contrato de parcelamento das rescisões dos empregados de forma nunca visto antes e nem previsto na legislação, ou seja; somar ao valor da rescisão de contrato todo o valor do FGTS que a empresa não recolheu, mais o valor da multa rescisoria, o valor total divide se pelo salário base do empregado, o resultado é o número de parcelas a receber, existe casos em que o parcelamento chega mais de 38 parcelas, um verdadeiro absurdo”.
“O pior é que no contrato a empresa colocou uma cláusula que diz; o empregado não pode em nenhuma hipótese reclamar em juiz ou fora dele, por unanimidade os empregados demitidos recusaram a modalidade de pagamento, devolveram as rescisões, e decidiram entrar na justiça para garantir seus direitos”.
“No período de março a agosto de 2016 os empregados destas mesmas empresas estiveram em greve por atraso de pagamento de; salário, décimo terceiro salário, férias, uso indevido das contribuições dos empregados para o sindicato e retirada do plano de saúde dos empregados, em agosto/2016, foi feito um acordo judicial para pagamento a vencer em 09/12/2016, porém as empresas não cumpriram, e de contra partida passou a demitir e querendo pagar com modalidade fora da lei”.
Ao que tudo indica a crise no Grupo João Santos só tende a piorar. Segundo informações colhidas pelo blog e complementando postagem feita anteriormente, entre os 80 funcionários demitidos nesta segunda (19), além de funcionários da Agrimex S/A constavam também trabalhadores da Itapagé S/A.
Segundo apuramos, a informação dada pela empresa ao Sindicato Sinpacel é de que outros 70 funcionários das duas empresas também devem ser demitidos.
A situação é crítica, já que em meio ao cenário de crise, teremos 150 trabalhadores que perderão seus postos de trabalho.
Não custa nada lembrar que a demissão em massa ocorre poucos meses depois do prefeito Soliney Silva (PMDB), dizer em rede de TV local que a empresa não fecharia em sua gestão porque ele não deixaria.
Embora seja uma inverdade, todo mundo sabe que o peemedebista enche a boca pra culpar o ex-prefeito Magno Bacelar pelas demissões que culminaram com o fechamento da Itapagé S/A.
E com tantas demissões ocorrendo justamente no final dos seus 08 (oito) anos de governo, de quem seria a culpa? Ou nesse caso não tem culpado?
Pelo visto, pau que dá em Chico, também dá em Francisco…
A cúpula do Grupo João Santos esteve reunida na manhã desta quinta (06), com o prefeito eleito Américo de Sousa (PT) e integrantes do novo governo.
A reunião de cortesia foi uma iniciativa do empresário Dr José Santos que orientou seus gerentes a felicitar e desejar boa sorte ao prefeito eleito e se colocar à disposição do novo governo.
Américo de Sousa participou da reunião acompanhado do vice Antônio Pires, da vereadora eleita Liza Pires, dos vereadores Cristiane Bacelar (Solidariedade) e Osmar Aguiar (PT), do futuro Secretário de Indústria, Comércio e Turismo Josué Viana e dos membros da equipe da transição Milton Mourão, Francisca Ana e Dr. Walkmar Neto.
Da parte do Grupo João Santos estiveram presentes os Drs. Gustavo e Geraldo (Itapagé) e Jairo, Michel, Genival e Leocádio (Itapagé).