Tensão na reta final

Impopularidade inédita
Presidente Dilma: tensão na reta final

A uma semana do início previsto da sessão da Câmara que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os dois lados analisam mapas de votação sem saber quem vai ganhar: os que querem o afastamento da presidente ou os que querem que ela continue. Uma avaliação é comum aos dois lados: o quadro muda de uma hora para outra.

Por isso mesmo, ontem (08), a avaliação feita no Congresso era a de que os contrários a Dilma ganharam espaço.

Isso por conta da delação premiada dos executivos da Andrade Gutierrez, que citaram doação para a campanha de Dilma em 2014 com recursos de obras do governo federal superfaturadas e também devido à posição adotada pelo procurador-geral Rodrigo Janot, que se manifestou contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil – algo muito aguardado pelo governo, como forma de dar mais legitimidade às negociações que ele vem fazendo com parlamentares de partidos aliados.

No começo da semana, o sinal era o contrário: o governo é que demonstrava fôlego como resultado da forma atabalhoada como o PMDB anunciou seu afastamento do governo – e não foi obedecido pelos ministros do partido que continuam nos cargos – mas sobretudo pela capacidade de rearticulação atribuída a Lula.

Isso levou o governo a acreditar num resultado melhor na Comissão Especial do Impeachment. Em lugar de uma derrota por diferença de 20 votos num universo de 65, uma diferença de cinco votos.

O governo sabe que nesta reta final não pode cometer erros pois isso pode selar o resultado da votação do impeachment.

Porém, mais do que isso, sabe também que os imprevistos serão sempre contrários a seus interesses.

Por isso, o esforço do governo é pela calmaria – coisa que não se vê em Brasília há muitos meses.

Do Blog da Cristiana Lobo

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