E o desrespeito continua…

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Os trabalhadores e trabalhadoras  nas empresas Agrimex S.A e Itapagé S.A.,  pertencentes ao Grupo Industrial João Santos (Cimento Nassau), com sede no município de Coelho Neto , no Maranhão,entraram em greve no dia 15 de março de 2016 completando se hoje 25/04/2016 , quarenta dias  de greve.

A greve foi deflagrada em razão dos atrasos de pagamento de salário, férias, décimo terceiro salário, cancelamento do plano de saúde, retenções das contribuições do sindicato e não fechamento do acordo coletivo data base outubro. Ressalte-se que  os atrasos nos pagamento vêm acontecendo desde 2014.

Em 2015 fora realizadas  duas greves nessas empresas,  uma em julho e outra em outubro, quando foram pagos os  atrasados, mas os patrões voltaram a atrasar os pagamentos deos salários e das férias.

Essas duas empresas devem para os trabalhadores empregados; Salário dos meses de janeiro, fevereiro, março e o adiantamento quinzenal do mês de abril, férias dos meses de março e abril, segunda parcela do decimo terceiro salário e cancelamento do plano de saúde. Elas também deixaram de fazer o repasse das contribuições da categoria par ao Sindicato.

Proposta rejeitada

Durante este período de greve, houve várias reuniões de negociação entre empresas e sindicato. As empresas, no entanto,  insistem  na mesma proposta rejeitada pela assembleia geral em primeira rodada de negociação, ou seja;  Que os trabalhadores retornem ao trabalho sem receber os atrasados, após sete dias produzindo, seria vendida  a produção e passariam  a pagar os empregados conforme o resultado da venda e recebimento da fatura, (com base nessa proposta cada trabalhador  receberia  cerca de R$ 198,00 (sem a inclusão dos pagamentos devidos em atraso e sem previsão de pagamento) .

O sindicato entrou com uma  ação na justiça do trabalho (TRT 16ª Vara do Trabalho de Caxias – MA.) pedindo liminar de bloqueio de numerário nas contas das empresas para pagamento dos trabalhadores. Houve uma  audiência dia 06/04/2016, sem qualquer acordo entre as partes.  O  Juiz marcou nova audiência para o dia 28/04/2016 e no  dia 07/04/2016 o Juiz concedeu liminar de bloqueio no valor parcial de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).

A direção do Sinpacel diz estar  confiante na decisão da justiça para pagamento dos trabalhadores,  enquanto isso, os trabalhadores estão há 40 dias  acampados em frente à portaria das empresas em um barraco coberto de palha e plástico sem salário, sem previsão de receber e sem alimentos.

“Para alimentar os trabalhadores no acampamento durante, o Sindicato está contando com o apoio da comunidade e  foi montada no local uma engenhoca manual , de onde se extrai  caldo da cana de açúcar,  tirado dos engenhos das empresas e comendo com pão recebido de doação também da comunidade, bem como farinha e rapadura. É muito o triste e lamentável a situação dos companheiros trabalhadores e pais de família”, diz o presidente do Sindicato, Mariano Crateus.

Entenda a situação das empresas do grupo industrial João Santos

Itapagé S.A. – fábrica de papel e celulose, fechada em 2005 para reforma e até hoje não retornou suas atividades, mantém um quadro de cerca de  40 trabalhadores  para manutenção e vigilância do patrimônio.

Agrimex S.A. – Agro industrial Mercantil, empresa responsável pela maior floresta de bambu para produção de papel e celulose do Brasil, atualmente com o fechamento da fábrica Itapagé, a Agrimex passou a vender o cavaco de bambu. Ela mantem um quadro de 220 trabalhadores na área de produção de cavaco de bambu e cerca de 100 trabalhadores na área rural.

Itajubára S.A. – Açúcar e Álcool, Usina de Açúcar e Álcool, mantem um quadro de cerca de  350 trabalhadores.

Itabuna Agropecuária LTDA – Empresa responsável pelos campos agrícolas de cana de açúcar da Usina Itajubára S.A. mantem um quadro de cerca de de 400 trabalhadores.

Atualmente todos os trabalhadores dessas quatro empresa,  pertencente ao grupo Industrial João Santos, com sede no município de Coelho Neto MA, estão parados por atrasos de pagamentos de salário, um verdadeiro caos para o município e para a cidade, e até a presente data sem nenhuma previsão de pagamento, lamentável.

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