Renan não perde o cargo, mas prestígio interno…

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Renan com Sarney e Lula

Renan Calheiros é considerado por ex-presidentes da República como o melhor aliado, mas também  um temível adversário.

Nos três mandatos que exerceu como presidente do Senado, Renan Calheiros mostrou sua força no plenário e também ousadia para tomar decisões que, ora ajudavam muito o governo, ora atrapalhavam os planos do Palácio do Planalto, dependendo de sua conveniência política no momento.

Mesmo na condição de réu, por decisão tomada nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal, Renan Calheiros não vai perder o cargo que mais gostou de ocupar em sua vida pública, a presidência do Senado.

Mas, seguramente, ele perde prestígio no universo político em que circula e onde foi por muitos anos considerado personagem central no poder, em Brasília.

Nos últimos 25 anos, Renan sempre esteve muito perto do poder. Ele integrou o círculo mais próximo dos articuladores da candidatura de Fernando Collor em 1989 e, ali, já demonstrou seu estilo – o de gestos muito bruscos na política.

Era um dos íntimos de Collor, mas com ele rompeu quando não obteve o apoio do então presidente da República à sua candidatura ao governo de Alagoas em 1990. Collor apoiou Geraldo Bulhões, que foi eleito. Em resposta ao rompimento de Renan, Collor usou uma camiseta com mensagem que ficou conhecida: “O tempo é o senhor da razão”.

Ao romper com Collor, Renan passou a aliado quase que automático de Itamar Franco, por quem foi nomeado para um cargo na área de petróleo, como vice-presidente da Petroquisa.

Seguiu aliado ao Palácio do Planalto no governo Fernando Henrique e chegou ao Ministério da Justiça.

Logo na primeira aproximação do PMDB com o governo Lula, Renan já estava lá, como um dos principais interlocutores.

Com Dilma, dificuldade de relacionamento. A assessores, Dilma chegou a dizer que “não conseguia compreender as mensagens de Renan”. Quando pensava que ele seria um importante aliado, Renan tomava uma decisão surpreendente, contrária aos interesses do Planalto.

Muito perto do impeachment de Dilma, Renan se desentendeu com Michel Temer, que chegou a falar em “coronel do Nordeste”, numa referência a Renan que respondeu no mesmo tom. “O PMDB não é partido de um coronel”. Hoje, Renan é um importante conselheiro de Temer.

A força de Renan não se dissipa automaticamente pelo fato de se tornar réu. Mas como o mandato de presidente do Senado se encerra em dois meses, é de se imaginar que ele ficará mais frágil, embora na condição de importante aliado do grupo que continuará mandando no Senado.

Mas, com certeza, com um olho para o Plenário do Senado e o outro para o Supremo, onde há ainda mais 11 denúncias contra ele, das quais oito relativas à Operação Lava Jato.

Do Blog da Cristiana Lôbo

Com novas regras, STF sepultou impeachment contra Dilma…

Além de garantir apoio de Renan, Dilma conseguiu isolar Michel Temer no PMDB

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O processo de impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) morreu no nascedouro com a votação do Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira, 17.

Coma s regras estabelecidas pelos ministros, ainda que a Câmara retome o processo, refazendo todo o rito iniciado em 8 de dezembro, Dilma ganhou um trunfo a mais do STF: a garantia de o Senado barrar a investigação aberta na Câmara.

A petista tem hoje no presidente do Senado, Renan Calheiros, seu principal aliado no PMDB.

E Calheiros assumiu publicamente a guerra contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e contra o vice-presidente Michel Temer.

Resta saber que preço Dilma pagará por este apoio…

Do Blog do Marco d´Eça