Fechamento da Itapagé completa 10 anos…

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Após 10 anos a Itapagé permanece fechada e sem qualquer perspectiva de reabertura

Foi na manhã do dia 08 de dezembro de 2005 que o Grupo Industrial João Santos fechou oficialmente as portas da empresa Itapagé S/A Celulose, Papéis e Artefatos – a terceira, na época, no ranking brasileiro de produção de papel cartão. As indústrias de papel e celulose e de açúcar eram responsáveis, em média, por 90% dos empregos formais em Coelho Neto.

Um mês depois foi o suficiente para as demissões começarem. A empresa dizia que o fechamento era motivado pela perda de mercado ocasionado pela necessidade de modernização dos equipamentos. O assunto ganhou repercussão na imprensa nacional e o município chegou a decretar situação de emergência.

Na época os deputados estaduais Antonio Bacelar e Soliney Silva levaram o assunto para a tribuna da Assembléia Legislativa. O deputado federal Pedro Fernandes e o senador João Alberto trataram de repercutir o assunto na Câmara e no Senado, respectivamente.

Com a suspensão das atividades da Itapagé, o que ficou foi um cenário de caos social causado pela demissão de mais de 1200 funcionários que tiveram que sair da cidade em busca de novas oportunidades, o comércio pujante de antes entrou em decadência, a economia local passou a depender sobretudo do FPM e dos poucos empregos oferecidos pela empresa Itajubara S/A, outra empresa do Grupo.

Passado 10 anos o que mudou com isso? Nada, absolutamente nada. O cenário é o mesmo e boa parte dos trabalhadores coelhonetenses permanecem espalhados no país afora. As empresas não executaram qualquer ação que minimizassem o caos ocasionado pela perda de tantos postos de trabalho.

Provocado pelo Blog sobre o cenário atual, o Presidente do SINPACEL Mariano Crateús desenhou um quadro de total desrespeito.

“A situação atual é crítica e inspira cuidados. Há 10 anos atrás liderávamos o maior movimento de trabalhadores em busca dos seus direitos e passado esse tempo o desrespeito permanece. Trabalhadores estão sem o 13º, não receberam férias, o Grupo não repassa a contribuição sindical e nem do plano de saúde, enfim cenas de profundo desrespeito que se repetem”, disse ele.

Lamentavelmente o Grupo João Santos permanece fechado em copas. Não se sabe de ações para o presente e muito menos dos planos para o futuro. Para aqueles que pensam que o Grupo é intocável não esperem de nós o silêncio conivente com tanta falta de compromisso. Nessa data não há motivos para aplausos e passado todos esses anos não há o que comemorar.

Nos resta recorrer a ESPERANÇA de que esse cenário possa mudar e que a Itapagé possa renascer das cinzas, retomar suas atividades e devolver a dignidade ao povo de Coelho Neto.

Trabalhadores do Grupo João Santos de Coelho Neto entram em greve

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Parque fabril do Grupo João Santos em Coelho Neto: fechado para uma ampliação que nunca ocorreu

Mariano Crateús, presidente do Sindicato dos Papeleiros de Coelho Neto, no Maranhão, informa que os trabalhadores das empresas ITAPAGÉ S/A – Celulose, Papéis e Artefatos, e AGRIMEX – Agro Industrial Mercantil Excelsior S/A (ambas pertencente ao Grupo Industrial Joao Santos, atualmente Grupo NASSAU) entrararam em greve na manhã desta segunda-feira, dia 20 de julho, por tempo indeterminado. “A greve deverá prosseguir até que essas empresas faça o pagamento dos salários e de férias dos trabalhadores que estão atrasados”, diz Mariano.

O dirigente sindical lembra que em dezembro de 2005 a empresa ITAPAGÉ S.A. e a AGRIMEX S.A. pararam suas atividades para fazer reforma e ampliação do parque fabril.  Na ocasião, demitiriam cerca de  1.500 trabalhadores do setor industrial e Rural . “A reforma e a ampliação nunca foram iniciadas, mas a empresa AGRIMEX S.A., que fornecia o bambu picado para fabricação da celulose e papel e para queima nas caldeiras para produzir vapor, passou a vender essa matéria prima para outras empresas em vários estados do nordeste. Hoje as duas empresas tem um quadro de cerca de 280 trabalhadores”, explica Mariano.

Desde janeiro de 2014 as duas empresas vêm atrasando os pagamentos de salário e férias. No período entre janeiro de 2014 a fevereiro de 2015, a partir das denúncias do Sindicato Local, foram realizadas quatro audiências no MPT – Ministério Público do Trabalho na tentativa de fazer um TAC – Termo de Ajuste de Conduta, sem sucesso.

O sindicalista destaca ainda que na última assembleia geral com a categoria, realizada no dia 16 de julho, os trabalhadores aprovaram a paralisação das atividades das empresas, a partir do dia 20/07/2015 até que os pagamentos sejam regularizados.

Segundo Mariano, as empresas devem as férias do mês de junho 2014, a quinzena do dia 20 de junho 2014, a folha de junho pago até o quinto dia útil de julho, a contribuição do Sindicato, retida desde Abril de 2015, o imposto sindical, que foi descontado na folha de março 2015. Houve ainda a suspensão do atendimento do Plano de Saúde e Odontológico dos trabalhadores. (Uma parte do valor do Plano de Saúde é pago pelos trabalhadores e descontados em folha).

Diante dessa situação, O Sindicato Local já denunciou o caso ao MPT – Ministério Público do Trabalho no Maranhão 16ª região de Caxias, à Superintendência Regional do Trabalho no Maranhão, à DRT – Delegacia Regional do Trabalho no Maranhão.

Nenhum desses órgãos se manifestou até a data de hoje, 20 de julho. Por isso, as duas fábricas estão paradas.

Do site do SINAP