No decorrer de alguns dias esse blog tem questionado a transparência e a divulgação das ações do legislativo coelhonetense, mas nossas reclamações não tem surtido muito efeito e nossas angústias continuam sem respostas. Infelizmente a classe política ainda acha que pode tratar a coisa pública como a casa da mãe Joana… mas como questionar direitos nunca foi o forte de nosso povo, o costume ao longo do tempo tem deixado a boca de muita gente torta, defeito esse que está mais do que na hora de ser consertado.
Na sala de aula todas as vezes que se toca no assunto de política, percebo o quanto nossos pseudo-líderes sofrem rejeição. Essa aversão a classe política se estende especificadamente aos vereadores, cujo trabalho normalmente “não se costuma ver”. Quantos de nossos edis tem sabido realmente legislar? Quantos projetos de lei nossos vereadores apresentaram na Câmara nesses seis primeiros meses de mandato? Será que a pauta de reuniões de Vereadores com o Prefeito é sempre o bem estar do povo que está em primeiro plano, ou se abre uma exceção para tratar de “assunto$ pessoai$”?
Ora o Ministério Público como curador dos recursos públicos que saem do bolso de cada contribuinte está mais do que na hora de cumprir a lei e começar a fiscalizar onde e como está sendo empregado tantas “rúpias”. O Executivo é fiscalizado pelo Legislativo, mas a pergunta que fica no ar é quem fiscaliza o Legislativo? Ora se a Câmara de Coelho Neto recebe a bagatela de quase 90 mil reais por mês, nada mais justo que o parlamento tupiniquim preste contas desse recurso para a sociedade. E é bom que se diga que a intenção não é exigir a prestação de contas apenas do recurso, é prestar contas também das ações, do mandato. Se esses 90 mil reais não sobra pra pagar a edição de um jornal, as despesas poderiam ser fixadas no mural da Câmara, que tal? Vivemos hoje no auge da transparência e para que as coisas aconteçam de forma correta o exemplo tem que começar de dentro de casa. Nossa Câmara num passado não tão distante foi se tornando um feudo, onde na maioria das vezes, se utilizava o mandato para barganhar e conseguir benesses a custa do mandato outorgado e confiado pelo povo… uma coisinha aqui, outra ali senão nada de aprovar projetos Prefeito.
Mas a coisa está mudando e o povo está mais consciente dos seus direitos. Essa história de cobrar transparência do Executivo sem que o Legislativo também preste contas de seus atos não cola e está mas do que na hora de darmos um basta nessa situação ridícula. Não tenho a menor dúvida que a atual Câmara tem a missão e o dever de melhorar sua imagem perante a opinião pública, principalmente com os jovens que se referem aos parlamentares com termos nada cordiais. Na verdade o povo precisa ver se está valendo a pena pagar quase quatro mil reais para que os vereadores elaborem leis, indicações e projetos que melhorem a qualidade de vida de todos, sobretudo dos menos favorecidos.
Enfim acho que chegou a hora do Ministério Público ser provocado para atuar e autuar nesse caso. Exercer a transparência é um dever, e os legisladores deveriam está fazendo isso há muito tempo. Mas se Maomé não vai à montanha…