Já está pronto o argumento dos criminosos que destruíram ontem (5) o Pixuleco que foi inflado na praça Maria Aragão, em São Luís: a manifestação é “um atentado à honra do ex-presidente Lula”.É com esse discurso que os vândalo-petistas de armas em punho sustentam que fizeram o certo ao furar e rasgar o boneco.

Eles e os que apoiam a ação.

O problema, para essa turma, é que a história não deixa margem para incoerências assim.

Muitos dos que ali estavam no sábado – e outros tantos que os aplaudiram nas redes -, tolhendo o legítimo direto de manifestação de um grupo organizado, já participaram de movimentos parecidos aqui mesmo no Maranhão.

Em alguns, especificamente, “atentaram contra a honra” do ex-presidente José Sarney e da ex-governadora Roseana Sarney.

O Xô Sarney, ou a Rosengana, eram bandeiras de luta de parte dessa gente que, hoje, não resiste à sinceridade de um Pixuleco.

“Aos amigos, os favores…”, diriam os maquiavélicos.

Sendo mais popular: “no dos outros é refresco”.

A piada, o escárnio, o livre direito de manifestação de outrora tornou-se hoje “atentado à honra”. Simplesmente porque, agora, o alvo é o líder dessa turba.

Quem só os conheceu após o episódio de ontem, pode se assustar com tamanha falta de coerência. Quem já os conhece há tempos, está acostumado.

Mas estar acostumado, como eu, não quer dizer achar normal.

Não é?

O que os petistas fizeram em São Luís foi um atentado à democracia.

Porque o Pixuleco não é melhor que a Rosengana.

E o direito de ontem, não pode ser diferente do de hoje.

Do Blog do Gilberto Léda