Vitórias de Osmar Filho, na Câmara Municipal, e de Erlânio Xavier, na Famem, reforçam a ideia de que o senador eleito – em seu estilo conciliador – é hoje o principal e mais independente aliado do governador Flávio Dino
Há um forte simbolismo político na imagem do governador Flávio Dino (PCdoB) com os prefeitos Erlânio Xavier (PDT) e Cleomar Tema Cunha (PSB), no gesto que selou o consenso na Federação dos Municípios.
A presença de Dino consolidou aquilo que o senador eleito Weverton Rocha sempre buscou: a unidade entre os prefeitos na Famem em torno do seu candidato a presidente.
Foi o próprio Flávio Dino quem decidiu agir para evitar o racha na entidade, que se desenhava com o amplo favoritismo de Erlânio.
Enquanto isso, o senador estava em Brasília, preparando a própria posse.
Da mesma forma como ocorreu na Famem, Weverton já havia construído a unidade em outra instância de poder, a Câmara Municipal, com a eleição do aliado Osmar Filho (PDT).
Weverton Rocha é hoje para o grupo Flávio Dino o que o senador Edison Lobão (MDB) foi, durante anos, para o grupo Sarney: um aliado leal, mas independente.
E é com a mesma habilidade de Lobão que o pedetista vai construindo os cenários que possam favorecer seu projeto político nos próximos anos.
Seja já em 2022 ou mesmo lá na frente, em 2030.
Muita gente pensa – e até aposta – em um iminente rompimento de Weverton e Flávio Dino já nas nas próximas eleições para governador. Quem convive mais diretamente com o senador eleito, sabe que esta possibilidade é remotíssima.
E jamais ocorrerá partindo do próprio pedetista.
Weverton pode muito bem ser candidato à sucessão de Flávio Dino, mas desde que as condições políticas, partidárias e de grupo estejam alinhadas. Caso contrário, ele pode esperar até mesmo depois da própria eventual tentativa de reeleição ao Senado, que se apresentará em 2026.
Essa explicação o próprio senador dá a quem lhe pergunta sobre o assunto.
O pedetista pode esperar, por exemplo, um período de transição com o vice Carlos Brandão (PRB) à frente do governo; ou mesmo a viabilização de outro aliado do grupo, como o deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB) ou a também senadora Eliziane Gama (PPS).
É uma postura diferente, por exemplo, à do também senador Roberto Rocha (PSDB), que decidiu afastar-se de Dino imediatamente após a eleição de 2014, em busca da viabilização que não ocorreu em 2018.
Mas, apesar de paciente e conciliador, Weverton Rocha sabe criar as “condições políticas, partidárias e de grupo” citadas acima.
Um exemplo é sua própria candidatura ao Senado: foi Weverton, de forma independente, quem construiu as bases que viabilizaram suas chances, dando a Flávio Dino apenas a opção de apoiá-la ou não.
O resultado foi uma eleição com quase 2 milhões de votos.
A maior da história do Maranhão…
Do Blog do Marco D´Eça