O presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, foi duro ontem (9) ao cobrar do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC), mais “espaços políticos” para o partido na estrutura da Prefeitura. Os dois tiveram uma reunião no final da tarde, no Palácio de La Ravardière.
Antes disse, Lupi conversou com o titular do blog e argumentou que o posicionamento da legenda se deve, fundamentalmente, a dois fatores: o PDT foi o primeiro partido a apoiar a candidatura de Edivaldo Júnior; e, quando saiu da base de apoio ao ex-prefeito João Castelo (PDT), tinha quatro secretarias. Hoje, diz ele, há apenas um pedetista nomeado secretário, Raimundo Penha, na Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdel). Carolina Estrela, presidente do Ipam, apesar de indicada por Weverton Rocha, não é considerada da cota dos pedetistas.
“O nosso partido foi de fundamental e estratégica importância para o prefeito, e ele sabe disso. Fomos o primeiro partido a apoiá-lo e a fazer articulação por seu apoio e a sua gestão nesse começo, ainda, de ter que arrumar a casa, de ter que organizar, precisa se abrir mais para o PDT”, disse Lupi, em entrevista exclusiva a O Estado. A reunião com o prefeito não havia terminado até o fechamento desta edição.
Segundo o presidente do PDT, a vinda a São Luís foi uma forma de evitar ruídos sobre a relação da sigla com o Executivo Municipal e de tratar do assunto diretamente com quem tem o poder de decidir sobre as reivindicações apresentadas. Lupi acrescenta que todos os militantes pedetistas da capital têm reclamado da falta de espaços
“Eu, como presidente nacional do partido, participei de todo esse processo da escolha do prefeito, da campanha, da criação desse palanque. Não foi fácil pra gente desembarcar de um processo em que nós tínhamos quatro secretarias, um espaço muito forte na Prefeitura, por acreditar nesse projeto, que eu ainda acredito que vai dar certo, mas que tem que ter a sensibilidade para tratar com mais carinho o PDT. Eu percebo que é unânime esse sentimento dentro do partido, da necessidade de ter espaços políticos, não é empreguismo, não é cabide de emprego, são espaços políticos que o partido sempre teve na capital”, completou.
Reforma
Ainda de acordo com Carlos Lupi, o “sinal de alerta” sobre a necessidade de rever a situação do PDT na Prefeitura de São Luís acendeu-se quando se percebeu que a promessa de reforma administrativa que culminaria com a criação das secretarias municipais de Trabalho e de Juventude – a serem ocupadas pelos hoje assessores especiais Jerry Abrantes e Olímpio Araújo, ambos do PDT – havia sido deixada para depois.
Ele cobrou o cumprimento dos compromissos de campanha, mas ressaltou, contudo, que o posicionamento da legenda não deve ser tomado como uma ameaça. “Quem faz ameaça não cumpre. Na política a gente tem que ter posição. “r. Todos nós, quando assumimos compromissos, temos que cumprir o compromisso que assumimos. Vim para conversar com o prefeito. Eu não falo com ele pessoalmente desde a sua eleição, mas eu tenho certeza de que ele terá sensibilidade e, principalmente, inteligência para saber o quanto é fundamental o PDT no seu projeto futuro”, comentou.
Presente ao almoço com o presidente do partido, o vereador Ivaldo Rodrigues também se posicionou. Segundo ele, “até agora, a gente não pode ser considerado como base aliada”. “Por isso, é imprescindível que sejamos mais valorizados, porque tivemos participação importante na eleição do prefeito”, concluiu.
Do Blog do Gilberto Leda