O estudante de Direito João Batista dos Santos Filho, que é citado numa notícia de fato protocolada na semana passada pelo advogado de Thiago Brhanner contra o professor Duarte Júnior (PCdoB), do UniCeuma – por abuso de poder político e promoção pessoal (saiba mais) – reagiu ontem (15) a uma nota de desagravo emitida por um outro grupo de alunos da faculdade (veja aqui).
Ao Blog do Gilberto Léda, também por meio de comunicado escrito, ele reafirmou a denúncia feita antes e refutou o “lamento” dos colegas de turma.
João Batista fez ainda uma revelação: em nome de Duarte Júnior, uma líder da turma pediu que os colegas se mobilizassem tentando desmentir a notícia a respeito representação protocolada contra o professor.
O caso
Duas semanas antes de deixar o cargo que ocupava no governo de Flávio Dino (PCdoB), diz a denúncia de Thiago Brhanner, o ex-presidente do Procon-MA montou equipes com alunos de sua disciplina, cujo objetivo era recrutar pessoas em periferias de São Luís para que fossem retirar CPG, RG e título de eleitor em um shopping da cidade. Depois disso, as pessoas levadas para tirar documentos teriam direito a assistir a um filme no cinema.
Na denúncia também constam conversas de grupo de Whatsapp, nas quais os alunos reclamam da ação e afirmam que somente participaram porque valia ponto na disciplina.
Também conta na representação feita a PRE, que foram disponibilizados ônibus para levar os moradores das comunidades, que após retirar somente título de eleito – já que o sistema para retirar demais documentos estavam fora do ar – Duarte Júnior foi pessoalmente a ação do projeto jovem Cidadão feita pelos universitários.
Brhanner pede que a procuradoria eleitoral investigue a denúncia e aplique as sanções ao ex-diretor do Procon.
Abaixo, a íntegra da nota de João Batista dos Santos Filho.
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Venho a público, REFUTAR a nota de “LAMENTO” que os alunos da minha turma de Direito da Universidade Ceuma, publicaram, em “solidariedade” ao ex dirigente do Procon e do Viva, a pedido dele próprio – Duarte Jr.
MOTIVO DA RETRATAÇÃO DOS ALUNOS.
No dia 12/04/2018, pela manhã, Duarte Jr, ao tomar conhecimento da matéria do jornal o Estado do Maranhão (na qual fui citado), envolvendo seu nome na denúncia que pede investigação sobre possível “uso da máquina pública pra fins de promoção pessoal”, entrou em contato com a Líder da turma, a aluna SARAH MEL, pedindo a esta que convencesse os demais alunos a fazerem uma retratação pública, por meio de “post’s”, dizendo que a referida matéria havia sido feita de forma mentirosa.
Abaixo, a TRANSCRIÇÃO, da fala da líder SARAH MEL, extraída do áudio, em que esta se reportou à turma por meio do Whatsapp dos alunos pedindo a estes conforme as orientações do ex professor Duarte. – a Fala da líder:
“DUARTE FALOU COMIGO, BEM TRISTE, E PEDIU PRA QUE OS ALUNOS FIZESSEM POST’S DIZENDO QUE O QUE FOI RELATADO NO JORNAL FOI DE FORMA MENTIROSA, PORQUE DISSE QUE ISSO TÁ AFETANDO MUITO A IMAGEM DELE E ELE QUERIA QUE A GENTE FIZESSE ISSO AÍ… EU ACHO QUE SERIA BOM, PORQUE, ‘PUTA QUE PARIU’, TA, ESSE, ESSE, ESSE ADVOGADO PERSEGUE MESMO ELE, SE VOCÊS PRESTAREM ATENÇÃO. EU SEI AS COISA QUE ACONTECERAM NA SALA E TUDO… MAS, GENTE, ISSO FOI DEMAIS PÔ, ISSO SAIU DO CONTROLE”.
É de clareza solar que os fatos perpetrados pelo ex dirigente do Viva e Procon, no âmbito acadêmico são verdadeiros e que a nota dos alunos que, assim como eu, lutaram para o Duarte sair da turma, tal como ocorreu, foi apenas um gesto de indulgência, dó e piedade em face do apelo do mesmo. Os fatos existem, não havendo, portanto, nenhum tipo de “perseguição política”.
DOS FATOS
Sustento que as declarações que prestei para o jornal o Estado, no dia 11/04 do mês em curso, e publicado no dia seguinte (12), o fiz em MEU PRÓPRIO NOME, na qualidade de ALUNO ora prejudicado pela falta de coerência e compromisso do aludido professor. Ele chegava atrasado pra suas aulas em mais de 1 (uma) hora, por causa do PROGRAMA que apresenta ou apresentava, no horário da aula, numa emissora de rádio de São Luís. A aula era pra ter início às 08:30, mas só começava a partir das 09:30 da manhã. Ademais, não bastasse esse prejuízo relativo à CARGA HORÁRIA, pelo excessivo atraso do professor, o mesmo passava a maior parte do tempo restante só falando das “políticas públicas” do governo do Estado e da atuação dele próprio à frente do Viva e do Procon. Ele cometeu tanto desiderato que perdeu a noção do ridículo: LEVOU OS ALUNOS SEM CUMPRIR O PROTOCOLO DA UNIVERSIDADE, pois deveria ter comunicado a Instituição para que os DISCENTES viessem estar ACOBERTADOS PELO SEGURO, em face da realização de atividade EXTERNA, cuja NOTA atribuída por ele era de 2 (dois) pontos para o aluno que participasse.
Por todo o exposto, a líder alhures citada, em nome da maioria dos alunos foi à coordenação e solicitou à substituição de professor Duarte Jr, já que NÃO cumpria a Ementa do Curso, tampouco o horário das aulas. De modo que ele foi RETIRADO, inclusive de outras turmas do período NOTURNO.
Conforme declarei ao o Estado, NÃO participei da “atividade” EXTERNA, pois já sabia que esta não guardava pertinência com a Ementa do curso, cuja “meta” seria para cada equipe REUNIR de 30 a 50 pessoas nas comunidades carentes pra tirar RG, CPF e TÍTULO DE ELEITOR, destes, somente o TÍTULO foi expedido. Em seguida as pessoas, bastante insatisfeitas, e se sentindo usadas, conforme as conversas dos próprios alunos no grupo, foram levadas ao CINEMA.
CONSEQUÊNCIAS DOS FATOS
No dia 21 de março de 2018 (quarta-feira), o Coordenador do curso de direito, foi à nossa turma para solucionar o problema instaurado pelo então professor Duarte Jr, junto a seus alunos. Oportunidade em que, com a anuência dos demais discentes, me reportei ao nosso Coordenador e declinei os problemas existentes, bem como o objetivo principal de todos que era a substituição do professor em apreço. Ato contínuo, Duarte adentrou na turma enquanto o Coordenador falava conosco. Na ocasião, o Coordenador pediu para o ex professor e sair da sala por 5 minutos pra que não ouvir a conversa e assim evitar constrangimento; o que, foi atendido prontamente, mas num gesto de deslealdade com todos e do modo sorrateiro, Duarte Jr deixou o celular GRAVANDO a conversa. Isso não é ético e nem moral, mas IMORAL.
Por fim, RATIFICO tudo que afirmei e declarei, e acrescento que estou a inteira disposição do Ministério Público e das autoridades em geral, para prestar todo e qualquer esclarecimento afim de homenagear a justiça.
ALUNO: João Batista dos Santos Filho.
Do Blog do Gilberto Leda
O Maranhão sempre teve essas violências começando
Por pedrinhas, caso Davi Alves Silva, caso de pistolagem
Na região Tocantins, blogueiros que foram mortos,
Não defendo nenhum governo o atual e nem os passados
Quero dizer que não é partido político que faz tragédia
E sim pessoas,