O Carnaval de Coelho Neto terminou. A cantora Márcia Felipe – tida como a principal atração da festa fez bonito: levou brincando por uma hora de show a bagatela de R$ 130 mil reais. Alguém conhece algum trabalhador comum que consiga ganhar tanto dinheiro em um curto espaço de tempo? Com certeza não.
Nada contra a cantora diga-se de passagem, mas a sua vinda é um contraditório, soa como deboche e na prática é um verdadeiro tapa na cara da sociedade. A realidade que a cidade vive hoje é muita amarga e nem o show de uma hora consegue a proeza de apagar os problemas que nos deparamos diariamente.
O mesmo prefeito de Coelho Neto Américo de Sousa (PT), que hoje esbanja todas essas cifras para tentar ludibriar o povo, é o mesmo que até bem pouco tempo atrás criticava essa prática. Era o “pão e circo” como ele dizia. Quem vai pagar essa conta tão salgada? O povo ora essa. Numa cidade onde se precisa de prioridades, um show rende muito mais popularidade do que uma cesta básica, sem dúvida alguma.
Falta dinheiro para reforma das unidades básicas de saúde, para a recuperação de calçamentos, para ajudar os trabalhadores demitidos para o Grupo João Santos, para empossar os seletivados dos Agentes Comunitários de Saúde, para reformar o hospital, para a realização de obras, falta para tudo, mas não falta dinheiro para bancar a vaidade de contratar um show por mais de R$ 100 mil reais.
Por que antes não podia fazer, mas hoje pode.
Será que essa cidade está em crise? Será que o problema de Coelho Neto realmente é falta de dinheiro?
Ou é falta de uma boa dose de vergonha na cara?