Zika causa surdez em quase 6% dos bebês de mães infectadas, diz Fiocruz

2016-07-19t111439z_1007810001_lynxnpec6i0p6_rtroptp_3_sports-us-olympics-rio-golf-chia

Um estudo no Brasil com 70 bebês de mães que contraíram o vírus da zika registrou que quase 6% teve perda de audição, acrescentando o problema à lista de doenças que o vírus pode causar quando mulheres são infectadas durante a gravidez.

O estudo brasileiro, publicado nesta terça-feira (30) no relatório semanal sobre mortes e doenças do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, confirmou relatos menos rigorosos sobre surdez entre bebês nascidos de mães infectadas pelo o vírus da zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

A descoberta é parte de um esforço para caracterizar de forma total as possibilidades que o vírus pode causar durante a gravidez. Ele é mais conhecido por causar microcefalia, mas outros estudos indicam que pode provocar outras anomalias cerebrais, problemas de visão e alterações nas juntas.

No estudo mais recente, uma equipe liderada pela doutora Marli Tenório e pelo doutor Ernesto Marques, da Fundação Oswaldo Cruz dePernambuco, examinou registros de 70 bebês com microcefalia, cujas mães tiveram infecções confirmadas durante a gravidez.

Os pesquisadores descobriram que quase 6% dos bebês tiveram perda de audição sem qualquer outra causa plausível.

Diversas outras infecções virais durante a gravidez podem causar perda de audição, incluindo rubéola e citomegalovírus, ou CMV. O estudo recente acrescenta a zika à lista.

Cientistas dizem que o vírus da zika agora pode ser considerado fator de risco para perda de audição, e crianças que foram expostas durante a gravidez e apresentam audição normal devem ser checadas regularmente para perda progressiva de audição.

A ligação entre o vírus da zika e microcefalia foi descoberta no Brasil no ano passado e já há mais de 1.800 casos confirmados.

Do G1

UNICEF mobiliza municípios na prevenção do vírus zika

O Brasil está em estado de alerta após um aumento expressivo dos casos de microcefalia em recém-nascidos, registrados principalmente na Região Nordeste do País. Segundo o Ministério da Saúde, de meados de outubro até 20 de janeiro (Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde), foram registrados 3.893 casos suspeitos de microcefalia. As notificações foram registradas até 16 de janeiro e ocorreram em 764 municípios de 21 unidades da federação. Do total notificado, 224 tiveram confirmação de microcefalia e outros 282 foram descartados. Continuam em investigação 3.381 casos suspeitos de microcefalia.

12508833_1018801274843005_8473018014985040854_n (1)

No total, foram notificados 49 óbitos por malformação congênita. Destes, 5 foram confirmados para a relação com o vírus zika. Pernambuco continua com o maior número de casos suspeitos (1.306), o que representa 33% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216), Rio Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de Janeiro (122).

O Ministério da Saúde reconhece a existência de relação entre os casos de microcefalia e o vírus zika, transmitido pelo Aedes Aegypti, vetor também da dengue e da chikungunya. Para isso, é importante que todos estejam cientes dos riscos, de como se prevenir e ajudar a eliminar o mosquito e seus criadouros.

Orientações para a população

A forma mais eficaz de prevenção é o combate ao mosquito Aedes Aegypti. Seguem algumas ações periódicas que a população deve tomar:

·         Verificar se a caixa d’água está bem tampada

·         Deixar as lixeiras bem tampadas

·         Colocar areia nos pratos de plantas

·         Recolher e acondicionar o lixo do quintal

·         Limpar as calhas

·         Cobrir a piscina

·         Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários

·         Limpar a bandeja externa da geladeira

·         Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação

·         Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado

·         Cobrir bem a cisterna

·         Cobrir bem todos os reservatórios de água

A limpeza não se restringe só às residências. É importante ficar atento a possíveis focos de água parada na escola, no trabalho e em outros locais da comunidade.

Áreas de maior vulnerabilidade e prevenção
As áreas com mais focos do mosquito transmissor estão concentradas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, mas quase todos os estados brasileiros possuem áreas de risco ou alerta para a presença do mosquito Aedes Aegypti. Esses focos podem surgir por meio do acúmulo de lixo, armazenamento de água em cisternas e caixas d’água e pequenos reservatórios nas casas. É importante que a população esteja atenta, conheça as formas de cuidado e faça vistorias periódicas para eliminar recipientes que acumulam água parada.

Atuação do UNICEF
O UNICEF está atuando em parceria com o Ministério da Saúde na mobilização da população para a erradicação do Aedes Aegypti, transmissor do vírus zika e de outras doenças. Assim, as informações relevantes ao combate do mosquito e sobre como se prevenir podem chegar mais rápido a todas as regiões do País.

Por meio das iniciativas Selo UNICEF Município Aprovado e Plataforma dos Centros Urbanos, o UNICEF pretende alcançar os mais de 1.700 municípios brasileiros em que atua diretamente na Amazônia e no Semiárido e nas áreas mais vulneráveis de oito capitais brasileiras.

12508908_1019639301425869_7691146364563836658_n (1)