Durante anos a juventude no Maranhão como de resto em todo o Brasil esteve relegada a posição de meros coadjuvantes. Há menos de uma década o segmento começou a se posicionar no Estado, garantindo inclusive espaço na máquina governamental para tratar ainda que de forma tímida, das políticas públicas de, com e para a juventude.
Recentemente as sucessivas mudanças na Secretaria Estadual de Juventude tem sido tema de reflexão e questionamentos constantes a respeito da diferença dos gestores que por lá passaram até chegar aos dias atuais. Na tentativa de avaliar as lideranças de juventude fruto dessas gestões, é fácil notar que como se fosse num laboratório, alguns jovens foram se tornando como um bonsai, aquela planta cultivada pela primeira vez pelos chineses.
Como características a planta que se torna uma arte “produzida” pelo homem através de cuidados especializados torna-se uma réplica, não cresce e não deve ser regada todo dia. Infelizmente constatamos que a política de juventude nos últimos anos conseguiu produzir uma infinidade de jovens com potencial, mas impedidos de crescer como se fossem um bonsai. Os bonsai da juventude tem seus méritos: são inteligentes, esforçados, topam qualquer “parada”, mas lhes faltam a essência de uma verdadeira liderança: o reconhecimento.
Repentinamente como num passe de mágica é fácil identificar que nos deparamos com um grande número de jovens que não conseguiram mostrar a que veio porque tiveram seu crescimento tolhido e suas habilidades escondidas, como se fossem um bonsai, fácil de manusear e levar pra onde quiser. Os que ousaram crescer foram extirpados do jardim como se fossem ervas daninhas, no intuito de não “contaminar” as outras pequenas árvores, que sem perder tempo notariam seu valor e não esperariam serem extirpadas pra pular fora do prato.
Chega de bonsai! A juventude precisa mostrar seu talento, ser valorizada e ser ouvida. O ouvir que falo está além dos problemas do seu cotidiano, porque jovens também tem problemas, tem desafios e tem sonhos. Façamos desse novo momento que se descortina, uma oportunidade para mostrar força e garra para contribuir com as melhorias do nosso Estado. Deixemos o medo de lado: juntos somos mais fortes!