O TRISTE FIM DO BURLAMAQUISMO EM DUQUE BACELAR

O TRISTE FIM DO BURLAMAQUISMO EM DUQUE BACELAR

Aportado em Duque Bacelar no início dos anos 80, a bordo da prima Vilmar, o piauiense Francisco Burlamaqui não encontrou barreira para fazer da política local sua praia e, assim, em 1982, já era o prefeito da cidade, em uma disputa com um dos membros da família fundadora de Duque Bacelar, que já havido sido prefeito.

Chico Burlamaqui
Burlamaqui reinou absoluto num campo farto e fértil para plantar e desenvolver sua doutrina política: o burlamaquismo, amparada na carência de saúde da população. Acadêmico de medicina, ou médico já. Não sei. Com bom trânsito nos hospitais de Teresina, não encontrava dificuldade para atender doentes de Duque Bacelar naquela cidade, o que fez isso se transformar em grande plantação política.
Com uma liderança consolidada no assistencialismo medicinal, viu na órbita de seu mundo político uma multidão de seguidores, que lhe deram sustentação por mais de 20 anos. Debochava da oposição e dizia-se imbatível com base no seu trabalho de levar doente para Teresina. Mas esqueceu do envelhecimento dos seus seguidores e da política que praticava, enquanto se renovava uma aguerrida oposição feita por jovens políticos filhos de Duque Bacelar, combatendo a doutrina do burlamaquismo implantada por Dr. Chico, como gosta de se chamar e ser chamado, ignorava o Burlamaqui do Francisco.

O que era o temor da oposição em outras eleições, de 2004 a 2008, o mito Dr. Chico foi se esvaziando, e ele viu que o seu imbatível mundo político não estava mais aos seus pés. A eleição de 2004 revelou a liderança do jovem e destemido político de oposição Flávio Furtado, para em 2008 já está no ponto de botar o burlamaquismo no chão. Juntaram-se a eles outros políticos idealistas, entre os quais eu, para que, de 2008, não passe a queda da doutrina nefasta que devorava a ética e os bons costumes de certos filhos de Duque Bacelar, que fizeram um vaivém com aquela doutrina de eleição em eleição.
Eleitos em 2008, Flávio Furtado prefeito e Jorge Oliveira vice, a cidade tomou um ar de alívio das velhas práticas, para respirar a sonhada mudança esperada por todos, vindo daí a consagração da liderança de Flávio, para o enterro do burlamaquismo em 2012. O que foi feito.

A decadência política de Dr. Chico já vinha sendo sentida por ele desde a eleição de 2004, quando a oposição dividida teve mais voto do que ele. Angustiado, sem saber o que fazer em 2008, pegou um dos candidatos de oposição de 2004 para ser o seu. Com a liderança que o Flávio já contava para ganhar a eleição, lançou sua candidatura sem precisar da barriga política de aluguel do Dr. Chico, pois o povo sustentou sua candidatura. Sem alternativa Dr. Chico gestou outro candidato em sua barriga, com o candidato do povo sendo eleito: o Flávio.
Em 2012, o triste fim do burlamaquismo em Duque Bacelar, foi humilhante para o cidadão Francisco de Assis Correia Burlamaqui e sua família que assistia ao espetáculo do fim ao seu lado. O poeta popular cearense Patativa do Assaré fez coisa mais alegre para Luiz Gonzaga cantar: a música “A Triste Partida”. Sem esperar pelo fim da apuração, arrumou sua mala e foi embora para Teresina. Deve ter dado um adeus sem volta à política bacelarense, pois ali ruía de vez sua obstinação pelo poder em Duque Bacelar.
Diferente de 2008, quando chamei o Dr. Chico de barriga aluguel pelo candidato que ele lançou, este ano fui obrigado a chamá-lo de estômago de aço, pelas pessoas que ele engoliu, com único propósito de ser prefeito novamente, pois, com certeza, elas lhe davam nojo pelo que fizeram com ele no passado. Mas a sobremesa que ele engoliu no dia da eleição, a justiça dizendo o dia todo que ele havia renunciado à candidatura de prefeito por não poder ser candidato, foi demais para o cidadão Dr. Chico, o que me fez ter pena dele. Deveria ter evitado isso, lançando um filho de Duque como candidato, um jovem com ar de ideologia que mais tarde passaria a ser seu substituto na política.
Por Lazaro Albuquerque Matos, 61 anos
Duque Bacelar-MA

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