Por MANOEL SANTOS NETO (JP)
Eleito senador da República com uma votação consagradora – 1.476.840 votos – nas urnas de 5 de outubro passado, o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), vê com bastante otimismo o futuro do Maranhão a partir de agora. Ele acredita que, com a sua vitória para o Senado e com a de Flávio Dino para o Governo do Estado, os maranhenses terão a chance de concretizar “mudanças reais na prática política e na superação de um modelo que se esgotou há muito tempo”.
Aos 49 anos de idade, casado, pai de quatro filhos e avô de três netos, Roberto Rocha acredita que o Maranhão vive um momento novo, tendo sobretudo a chance de inaugurar um novo modelo de desenvolvimento.
“A população pode esperar de mim fidelidade a esse projeto, empenho pessoal permanente e compromisso com as forças sociais que estão amadurecidas para construir as bases de um novo modelo de desenvolvimento para o Maranhão”, afirma Roberto Rocha, nesta entrevista:
Jornal Pequeno- O que significou para o Maranhão a sua vitória para o Senado Federal e o que o povo maranhense pode esperar de seu novo senador?
Roberto Rocha – Não é uma vitória pessoal, mas o fruto de uma composição de forças sintonizada com as aspirações de mudanças reais na prática política e na superação de um modelo que se esgotou há muito tempo.
A população pode esperar de mim fidelidade a esse projeto, empenho pessoal permanente e compromisso com as forças sociais que estão amadurecidas para construir as bases de um novo modelo de desenvolvimento para o Maranhão.
JP – Quais os projetos, temas e questões que o senhor pretende levar para o debate no Congresso Nacional, a partir de 2015?
RR – O Congresso, e especialmente o Senado, tem uma agenda que não se inaugura a cada legislatura. Ela é tributária das intensas negociações e debates que vem se desdobrando há anos. O papel dos congressistas é o de articular as forças políticas para que o arcabouço jurídico do país acompanhe a evolução da sociedade.
É claro que alguns temas tem mais afinidade com a minha trajetória política, como o desenvolvimento econômico, o combate às drogas, a inovação tecnológica, a proteção ambiental etc.
Além disso pretendo que o meu gabinete seja um ponto de confluência para auxiliar nas demandas dos municípios em Brasília, com assessoramento técnico de alto nível, bem como possa ajudar na interlocução do governo Flávio Dino com as instâncias de poder em Brasília.
JP – O senhor terá a companhia de outros dois senadores maranhenses que não fazem parte do seu grupo político. Como o senhor pretende se relacionar com eles?
RR – Com a responsabilidade de quem representa o Estado, que é muito maior do que nossas divergências políticas. No relacionamento pessoal, com a urbanidade que todos os adversários merecem.
JP – Qual a sua expectativa sobre o próximo governo que o senhor ajudou a eleger no Maranhão?
RR – A expectativa de que o Maranhão inicie uma nova etapa de sua história, mais republicana, com um novo ambiente de negócios, com diálogo orgânico com a sociedade. Mais que uma expectativa, é minha convicção de que assim será no novo Governo.
JP – Qual sua opinião sobre a formação da equipe do governador eleito Flávio Dino?
RR – O quadro de auxiliares anunciados até aqui demonstra uma inegável vontade política de dotar o Estado de uma máquina administrativa distante da lógica clientelista que predominou no governo que se encerra.
JP – O PSB chegou a sugerir, através de nota, a indicação do ex-governador José Reinaldo Tavares para compor a equipe de secretários de Flávio Dino. O senhor concorda com essa indicação?
RR – Manifestei minha concordância na reunião que fez a indicação e ainda agreguei a sugestão de incluir o nome do companheiro Bira do Pindaré para compor os quadros governamentais. São nomes que honram nosso partido.
JP – Que avaliação o senhor faz da campanha pró-Aécio Neves no Maranhão?
RR – Foi um esforço de retribuição ao apoio que recebi na minha campanha ao Senado. Os números mostraram, no entanto, que esse foi um desses momentos na história em que a sociedade tomou para si a decisão, sem a mediação do campo político. A homogeneidade dos votos no Nordeste, o padrão de crescimento dos votos da Presidente não autoriza ninguém a avocar para si esse mérito. Foi uma decisão soberana da população.
JP – O senhor foi um dos maiores entusiastas da campanha de Aécio Neves. E agora, o senhor cogita fazer parte do bloco de oposição à presidente Dilma no Congresso?
RR – A decisão compete ao partido, nacionalmente. Não cabe a mim, pessoalmente, definir qual será o modo institucional de relacionamento com o Governo. De todo modo, pela nossa história, não nos cabe ter alinhamentos automáticos com o bloco de oposição. Penso que o mais provável será definirmos uma posição de independência, fazendo uma oposição propositiva.