Recém-chegado no comando da SEJUV, André Campos iniciava a partir dali uma guerra de sobrevivência no cargo que acabara de ocupar. Afilhado do Deputado Roberto Costa-PMDB, André apenas observava com paciência, a onda de especulações em torno de sua provável saída, demonstrando ter realmente aprendido as lições do padrinho político. Uma ala de movimentos de juventude já comemorava a possível nomeação de Alberto Franco, com direito a entrega de carta de apoio e tudo mais.
Em meio ao bombardeio sobre sua saída, restava a André um fio de esperança. Até aquele momento ele contava com o apoio de uma ala importante do segmento de juventude e a intervenção dos padrinhos Deputado Roberto Costa e do todo poderoso Senador João Alberto-PMDB. Pesava ainda a favor do rapaz, a visibilidade que o mesmo estava dando a pasta com a realização das Conferências Regionais de Juventude, que até antes de sua posse permaneciam estagnadas. Os interesses na nomeação de Franco perpassava a idéia de apenas abrigar um aliado político: alguns apostavam na mudança, como forma de minimizar os poderes do deputado Roberto Costa no governo. Era o tudo ou nada. (Na foto André Campos: feliz e aliviado)
Enquanto isso os meios de comunicação anunciavam a revolta do Deputado Roberto Costa com a “chefa”. Experiente e paciente, Roberto desmentiu a notícia, marcou presença nos eventos oficiais do governo para mostrar sua fidelidade, enquanto nos bastidores costurava todas as alianças possíveis para frear o projeto que haviam desenhado de “rifar” a ele e o seu grupo da pasta da juventude. Em um dos últimos informes da imprensa, a nomeação de Alberto Franco já se encontrava na mesa principal do Palácio dos Leões apenas aguardando a assinatura da Governadora. Houve uma reviravolta.
No último dia 1º. uma voz forte e imponente ecoou de Brasília. Informado da crise que se instalara em suas hostes, o senador João Alberto desembarcou em São Luís com o objetivo de proteger os aliados políticos e pôr ordem na casa. Como estava mais uma vez demonstrando sua fidelidade a Roseana ao licenciar-se do mandato de senador para abrigar o aliado Clóvis Fecury-DEM, João Alberto estava com todas as cartas na manga e resolveu usar apenas uma: a de seu prestígio junto à filha de Sarney. Uma conversa de “pé de ouvido” com Roseana pôs fim à novela. André Campos estava salvo. (Na foto André em conversa com o vice-governador Washington)
Além do poder de articulação de Roberto Costa, o silêncio de André Campos e o prestígio do senador João Alberto foram decisivos para que o comando da Secretaria Estadual de Juventude permanecesse intacto. A essa altura, Alberto Franco já tinha sido contemplado com uma outra Secretaria. Uma ala da juventude e alguns incomodados com o sucesso de André Campos dentro do próprio grupo que até então comemoravam sua saída com sorrisos de canto de boca, preferiram calar-se. A crise estava contornada e o assunto estava encerrado. Depois da notícia, André Campos com o respaldo de Roberto e João Alberto tinha recuperado o fôlego e ao chegar em casa preocupava-se apenas com a Conferência Regional de Juventude de Viana-MA. Era o seu “Dia do Fico”.