Representantes de 22 municípios que integram a lista dos que apresentam os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, estiveram reunidos na sede da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Maranhão (Fetaema), no início desta semana, participando de encontro coordenado pela Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), para expor os principais problemas enfrentados nessas cidades.
Dentre as principais dificuldades relatadas está o isolamento por falta de estradas; além da ausência de incentivos no campo, a falta de assistência técnica rural, os conflitos agrários e a educação precária oferecida. As cidades foram incluídas no Plano de Ação ‘Mais IDH’ que tem como meta melhorar a vida dos moradores dos 30 municípios maranhenses que vivem em situação de extrema pobreza.
Nesse contexto, a agricultura familiar recebeu atenção especial e conta agora com uma secretaria específica, a SAF, criada pelo governador Flávio Dino, que atuará com ações integradas com outras pastas no combate à miséria e redução das desigualdades sociais. No encontro com os trabalhadores, o secretário da SAF, Adelmo Soares, lamentou o descaso que a gestão anterior teve com a não utilização de recursos disponíveis para o setor. Cerca de R$ 26 milhões foram devolvidos ao Governo Federal por falta de aplicação na área.
Incentivo à produção local
Para reverter esse quadro e liberar recursos retidos, o Maranhão passará a investir em assistência técnica rural. Para isso, o governador já autorizou a contratação de 90 técnicos, que irão atuar nos municípios, contribuindo no êxito do ‘Mais IDH’.
Segundo Adelmo Soares, a primeira ação de investimento na agricultura familiar é a implantação do ‘Sisteminha’, projeto desenvolvido em parceria com a Embrapa, que incentiva a produção em quintais, com o cultivo de frutas e hortaliças, além da criação de peixes, aves e pequenos animais. “É uma alternativa para combater a fome com ação de curto prazo”, ressaltou.
Regularização fundiária e estradas
Em Fernando Falcão, cidade que lidera o ranking das cidades com menor IDH no Maranhão, além da situação de isolamento por falta de estrada de qualidade, os agricultores estão em risco de perderem suas terras para grileiros, pela falta de regularização fundiária.
“Sem o documento fica difícil conseguir recursos, por isso é importante a legalização das terras. Já detectamos esses problemas que existem há muitos anos”, disse o presidente do Iterma, Mauro Jorge.
Em Marajá do Sena, a estrada necessária para desenvolver o município é a rodovia que liga as cidades de Paulo Ramos e Arame, mas nunca foi concluída pela gestão anterior: sem estradas, acesso à saúde e a educação se torna mais difícil.
Presente ao encontro, a secretária de Educação, Áurea Prazeres, ouviu os relatos de descaso com o ensino – como escolas fechadas, ausência de professores e falta do ensino médio. Ciente do problema, ela destacou a realização do programa Escola Digna, que tem a meta de construir escolas de boa qualidade.
“Vamos planejar ações para dez anos, executando também projetos que já existem como os Saberes da Terra e Pronacampo. É compromisso do governador dar apoio à educação no campo”, ressaltou.
Municípios presentes
São João do Sóter, Arame, Centro Novo, Governador Newton Belo, Aldeias Altas, Fernando Falcão, Serrano do Maranhão, Marajá do Sena, Água Doce, Afonso Cunha, Primeira Cruz, Amapá do Maranhão, Cajari, Itaipava do Grajaú, Conceição do Lago Açu, Jenipapo dos Vieiras, Santana do Maranhão, Araioses, São Raimundo do Doca Bezerra, São João do Caru e Satubinha.
Do site do Governo do Maranhão