Distância do resultado da eleição para a posse do eleito tem permitido com que prefeitos cometam atrocidades, inviabilizando e comprometendo as administrações futuras, muitas vezes diante dos olhos inertes do judiciário.
Editorial
Basta abrir o jornal, ler um blog ou assistir a TV para nos depararmos com um cenário desolador vivenciado nos mais diversos cantos do país após o término do pleito eleitoral, principalmente em locais em que o gestor não conseguiu “garantir” o sucessor.
Lamentavelmente a prefeitura deixa de ser tratada como um órgão público e passa a ser usada como instrumento particular, que corre contra o tempo para atender os últimos interesses. Independente do resultado da eleição, o Executivo continua recebendo os repasses constitucionais para que todos os serviços funcionem normalmente, pelo menos assim deveria.
Tem sido comum ver prefeitos e prefeitas agirem de forma truculenta, abusiva e em claro desrespeito à Lei. Demissões em massa, serviços essenciais param de funcionar, débitos começam a aparecer e os municípios ficam à beira de um colapso.
O que fazer e para quem correr numa hora dessas? A população que já tem elevado descrédito com a classe política, hoje “anda com o pé atrás” também com os integrantes do judiciário.
Poderia- se começar por exemplo, revendo o prazo entre a eleição e a posse dos novos eleitos. Outro fator a ser pensado, diz respeito ao papel mais direto que o judiciário deveria ter durante a transição.
O que justifica um município não ter remédio no hospital, suspender a coleta de lixo e demitir funcionários sem pagar, mesmo com todos os repasses constitucionais sendo feitos normalmente? Quem pode barrar esses abusos?
A população se apega a rede social para reclamar, esbravejar e mostrar a revolta com o descaso, enquanto os administradores “dão de ombros” para o cumprimento de suas responsabilidades assumidas e que deviam perdurar até o último dia do mandato.
O cidadão tem seu direito constitucional violado e ninguém faz absolutamente nada, porque parece termos nos acostumado com o descaso.
Enquanto essa parte podre da classe política rouba o dinheiro público a olho nu, o cidadão comum paga uma conta altíssima descontada na educação, na saúde e na oferta das demais políticas públicas.
Algo tem que ser feito e esse quadro precisa ser mudado.
A população precisa reagir, ou do contrário, continuará sofrendo na pele as consequências…