Dilma Rousseff venceu as eleições e nem teve tempo para comemorar. Os problemas começaram a pipocar de imediato. A prisão pela Polícia Federal de executivos das principais empreiteiras dos país e que tinham contratos bilionários com a Petrobras é mais um capítulo, mas não deve ser o último. Nesta sexta-feira, foi decretada também a prisão de Fernando Baiano, chamado de “operador do PMDB” nos negócios com a companhia. Antes, já havia sido citado em depoimentos o nome do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Antes mesmo da posse, Dilma está sendo obrigada a enfrentar problemas em várias áreas – na economia, terá de aprovar no Congresso projeto que altera (na verdade, elimina) a meta de superávit fiscal e, na política, as articulações para a eleição das presidências da Câmara e do Senado. Todos estes problemas, somados agora às novas fases da Operação Lava Jato vão corroendo o capital político da presidente conquistado com a reeleção. Ela pode chegar em 1º de janeiro, no segundo mandato, apenas como uma extensão deste mandato repleto de problemas.
Tudo isso ocorre no momento em que a Petrobras deixou de publicar o seu balanço por conta de resistência da empresa de auditoria externa. Ou seja, as coisas por lá não estão nada bem (ainda que as áreas técnicas informem que há sucessivos recordes na exploração do petróleo, o que não aparece devido às denúncias de corrupção). E a Lava Jato teima em não acabar.
O próximo passo deve ser em relação aos políticos. Fernando Baiano, operador do PMDB, pode contar o que sabe e complicar a vida de muitos políticos aliados ao Palácio do Planalto. Portanto, é de se imaginar que as novidades estão longe de acabar.
Vale lembrar que a Petrobras foi um dos principais temas da campanha eleitoral. Ao longo da disputa, Dilma reclamou do que chamou de “vazamento seletivo” dos passos das investigações. Os passos de maior impacto na política serão dados a partir de agora. Por sorte, para o governo, a eleição já passou.
Do Blog da Cristiana Lôbo