CONCESSÃO DE ABONOS AOS PROFESSORES: JUSTIÇA OU MANIPULAÇÃO POLÍTICO-ELEITOREIRA?

CONCESSÃO DE ABONOS AOS PROFESSORES: JUSTIÇA OU MANIPULAÇÃO POLÍTICO-ELEITOREIRA?
Por Welliton Resende 
Auditor Fiscal da Controladoria Geral da União – CGU∕MA.
Todos os finais de ano é assim. Por pura incompetência, boa parte dos prefeitos e prefeitas concede os tais “abonos” aos professores. Na verdade, apenas uma tática para ludibriar aqueles que dão o seu sangue para que os alunos consigam aprender alguma coisa.
Vejam bem, a política de concessão de abonos a rigor é ilegal, tendo em vista que os recursos do Fundeb devem ser aplicados integralmente no ano. Ou seja, a “sobra de caixa” nada mais representa do que uma simples falta de capacidade dos gestores públicos de administrar os recursos repassados pelo governo federal.
No estado mais atrasado do Brasil, a concessão de “abonos” virou rotina e é uma prática infelizmente muito festejada até por alguns sindicalistas. A verdade é seguinte, se estão sobrando recursos é porque os professores estão recebendo mensalmente um valor inferior ao que deveriam. Nada além disso!
Trocando em miúdos, eles todos os meses tem parte dos seus salários retidos para serem pagos apenas em dezembro. Isto, claro, é muito bom para o prefeito/prefeita. Pois ele passa para a categoria dos professores que “deu por que quis”.
E ouvem frequentemente “este prefeito é tão bonzinho, já nos deu um abono”. Uma lástima que se reflete nos indicadores ridículos da Educação em nosso estado.
Temos que acabar com a vergonhosa prática da concessão de abonos e procurar, sim, remunerar os nossos professores com mais dignidade. Qualquer outra coisa é manipulação da política salarial.
Vamos por abaixo esta prática nojenta e que somente serve para manter sempre as mesmas elites à frente das administrações municipais. Eleja somente aquele candidato/candidata que se comprometa com esta bandeira: “remuneração digna dos professores e professoras e sem abono”.
Do Blog Rosário Notícias
COMENTÁRIOS DO BLOG – Nada a acrescentar. O Auditor Fiscal da CGU (órgão que fiscaliza a aplicação dos recursos federais em todo o país) fez um recorte com muita propriedade do assunto e disse tudo. Perfeito!

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