Bancada maranhense faz prognóstico sobre o pós-impeachment

Brasília-DF 11-08-2015 Fotos Lula Marques/Agência PT.  Presidenta Dilma durante cerimônia de anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica

De O Estado

Enquanto os deputados federais de todo o país discutem na Câmara, desde a sexta-feira, 15, o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT) – a votação está marcada para ocorrer neste domingo, 17, das 14h às 21h –, a bancada maranhense começa a analisar o cenário pós-impeachment.

Durante toda a semana, parlamentares do Maranhão foram ouvidos por O Estado para estabelecer prognósticos do que ocorrerá no Brasil após a votação, seja qual for o resultado.

Na maioria dos casos, os maranhenses apontam para dois caminhos: a construção de um pacto político que, de outro lado, dê sustentação à retomada do crescimento econômico.

O deputado Hido Rocha (PMDB), por exemplo, acredita até na construção de um “clima de otimismo” após o processo, que deve culminar, segundo ele, com a cassação da presidente.

“Acredito que o pedido de impeachment será recepcionado pela Câmara Federal no domingo. O pós-impedimento criará no país um clima de otimismo, mas também com manifestações radicais de alguns movimentos sociais e partidos políticos contra o resultado”, avaliou.

O líder do PDT na Câmara, deputado Weverton Rocha, diz que é difícil antecipar o resultado da votação – ele cita grande empenho de forças políticas de ambos os lados -, mas também defende a construção de um amplo pacto pela recuperação da economia.

“Não podemos passar o resto do ano nesse clima de guerra. É necessário que haja um entendimento após esse processo, seja qual for o resultado”, destacou.

Governabilidade

Para o deputado Aluisio Mendes (PSD), o foco do governo no pós-impeachment, seja ele o da presidente Dilma, ou do vice-presidente Michel Temer (PMDB), deve ser o restabelecimento da governabilidade.

Na avaliação dele, uma das consequências da crise instalada no Brasil é a queda da credibilidade da classe política, o que reforça a necessidade de um pacto.

“Independentemente do resultado, teremos um país dividido, com o inconformismo da sociedade com a classe política como um todo. Minha esperança é que, vencido esse processo, o Congresso faça um pacto pela governabilidade, pois só assim o país vai superar essa grave crise que atravessa”, comentou.

O petista Zé Carlos acredita que a oposição ainda não tenha os votos necessários para aprovar afastamento da presidente, mas pondera que, em qualquer cenário, a política econômica deve ser ajustada para permitir “a retomada do crescimento”.

O parlamentar defende, por exemplo, redução de juros e mais investimentos em infraestrutura e habitação. “Para aumento dos níveis de emprego, acompanhado de outras ações estruturantes sem contudo retirar direitos dos Trabalhadores”, pontuou.

Ex-prefeito de São Luís, o tucano João Castelo aposta na aprovação do impeachment – para ele, a não aprovação ampliaria a insatisfação popular com a classe política – e numa “temporada de esperança” após a queda de Dilma.

“Existe no Congresso Nacional e em grande parte da nação um sentimento e um desejo de voltar à normalidade, voltar a crescer, voltar a acreditar no seu país, coisa que somente será possível com o afastamento desse governo que tanto mal vem fazendo ao Brasil e aos brasileiros”, afirmou.

Victor Mendes, do PSD, cita “desafios” tanto no plano político – ressalta abalo na credibilidade do Congresso -, quando econômico. “No plano político, caberá uma reflexão profunda sobre o contexto em que se deu o processo, a forma como foi conduzido, os interesses que o pautaram e os inegáveis abalos à democracia e à própria constituição”, reiterou.

O parlamentar, por outro lado, não vê mudanças repentinas na política econômica no curto prazo. “Do ponto de vista econômico, não acredito em mudanças repentinas, já que é necessária uma reformulação nos fundamentos da política econômica e a adoção de medidas para recuperação da atividade, em curto, médio e longo prazos. Não creio que essa seja uma tarefa fácil e nem que será feita por mágica, à simples troca de comando”, completou.

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