Silêncio da base governista: de que lado ficará os vereadores?

Quando representantes do Poder Legislativo silenciam diante dos desmandos do Executivo, a cidade corre sério risco de experimentar o caos; e os vereadores se sujeitam a pagar um alto preço diante da opinião pública.

Base aliada do prefeito tem a opção de decidir: continua em silêncio assistindo os desmandos de uma gestão fracassada ou muda de lado, abdica das regalias e passa a defender os interesses do povo

Editorial

Desde que o prefeito de Coelho Neto Américo de Sousa (PT) assumiu o poder, o mandatário tratou de transformar o Poder Legislativo num puxadinho da prefeitura. A base aliada – a mais submissa da história recente –  passou a fazer tudo que o “chefe” mandava e um sentimento de medo passou a imperar a tal ponto, que ninguém tem coragem de contrariar o mando do “projeto de ditador”.

Vereador da base aliada não critica, não cobra, não fala em nome do povo e o que é pior: tem tolhido inclusive o direito de fazer uma simples emenda num projeto de Lei.

Nesse editorial deixaremos o presidente da Câmara Osmar Aguiar (PT) de fora, por saber que é impossível contar com ele em qualquer aspecto. Sob sua gestão o Poder Legislativo segue ajoelhado esperando as migalhas que caem da mesa “do patrão”. Aceita calado os projetos excessivos em regime de urgência e silenciou para os problemas da cidade. O “velho” Osmar que nos tempos do ex-prefeito Soliney bradava na tribuna em favor do povo se calou: usa o discurso apenas para atacar o ex-prefeito e sair na defesa do chefe repetindo a lenga-lenga que a cidade está em crise, mas nunca disse onde “seu líder” colocou mais de R$ 66 milhões que já entraram nos cofres da prefeitura desde janeiro.

O apelo na verdade é direcionado aos demais membros da base aliada. Será que não dói na consciência dos nobres parlamentares se deixar ser comandado por um “tirano” que tenta amendrontar a tudo e a todos usando a força do poder que exerce? Cadê os vereadores reeleitos que na gestão do ex-prefeito batiam na mesa e que hoje não tem coragem de dar um pio? Será que os vereadores não vão se posicionar diante do arrocho nos empresários para reforçar o caixa da prefeitura? Será que os senhores acham correto se tirar o auxilio transporte de professores contratados que já ganham menos que os concursados? Será que as excelências não dirão nada a respeito do corte no salário dos professores da educação infantil? Que raio de crise é essa numa educação que sozinha já recebeu mais de R$ 31 milhões?

A cidade está assustada com o descaso desse governo e os vereadores não vão dizer absolutamente nada? Vão votar mesmo a diminuição de 20% em salários que foram reajustados em 100% sem apresentar nenhum estudo do que esse impacto representa na folha?

Se tem crise nessa cidade abram a “caixa preta” das finanças da prefeitura. Façam as contas e mostrem para o povo. Falem do que foi perdido ao longo dos últimos dez meses, mas principalmente, tenham coragem de dizer quanto entrou e onde foi parar esse dinheiro.

Vereadores Moabe Branco, Sillas do Louro, Wilson Vaz, Reginaldo Janse, Luiz Ramos, Marcos Tourinho, Camilla Liz, Liza Pires e Júnior Santos tenham a coragem que o povo espera de vocês, afinal é esse povo que vocês representam que segue penalizado sofrendo os desmandos desse governo. Vocês representam a maioria, mostrem para esse “projeto de ditador” a força do mandato que o povo lhes outorgou.

Não se calem.

Não se submetam.

Não se enverguem.

Fiquem do lado do povo.

Que na hora certa, o povo também saberá ficar do lado de vocês…

E o povo “sangra” pra pagar a conta…

Distância do resultado da eleição para a posse do eleito tem permitido com que prefeitos cometam atrocidades, inviabilizando e comprometendo as administrações futuras, muitas vezes diante dos olhos inertes do judiciário.

Editorial

Basta abrir o jornal, ler um blog ou assistir a TV para nos depararmos com um cenário desolador vivenciado nos mais diversos cantos do país após o término do pleito eleitoral, principalmente em locais em que o gestor não conseguiu “garantir” o sucessor.

Lamentavelmente a prefeitura deixa de ser tratada como um órgão público e passa a ser usada como instrumento particular, que corre contra o tempo para atender os últimos interesses. Independente do resultado da eleição, o Executivo continua recebendo os repasses constitucionais para que todos os serviços funcionem normalmente, pelo menos assim deveria.

Tem sido comum ver prefeitos e prefeitas agirem de forma truculenta, abusiva e em claro desrespeito à Lei. Demissões em massa, serviços essenciais param de funcionar, débitos começam a aparecer e os municípios ficam à beira de um colapso.

O que fazer e para quem correr numa hora dessas? A população que já tem elevado descrédito com a classe política, hoje “anda com o pé atrás” também com os integrantes do judiciário.

Poderia- se começar por exemplo, revendo o prazo entre a eleição e a posse dos novos eleitos. Outro fator a ser pensado, diz respeito ao papel mais direto que o judiciário deveria ter durante a transição.

O que justifica um município não ter remédio no hospital, suspender a coleta de lixo e demitir funcionários sem pagar, mesmo com todos os repasses constitucionais sendo feitos normalmente? Quem pode barrar esses abusos?

A população se apega a rede social para reclamar, esbravejar e mostrar a revolta com o descaso, enquanto os administradores “dão de ombros” para o cumprimento de suas responsabilidades assumidas e que deviam perdurar até o último dia do mandato.

O cidadão tem seu direito constitucional violado e ninguém faz absolutamente nada, porque parece termos nos acostumado com o descaso.

Enquanto essa parte podre da classe política rouba o dinheiro público a olho nu, o cidadão comum paga uma conta altíssima descontada na educação, na saúde e na oferta das demais políticas públicas.

Algo tem que ser feito e esse quadro precisa ser mudado.

A população precisa reagir, ou do contrário, continuará sofrendo na pele as consequências…