“Saúde Miserável”, desabafa advogado que perdeu amigo após “via crucis” na UPA de Coelho Neto

“Saúde Miserável”, desabafa advogado que perdeu amigo após “via crucis” na UPA de Coelho Neto

O renomado advogado Dr Marcondes Magalhães fez um desabafo hoje (26), com tom de revolta ao se referir a morte do amigo Adailton Dourado da Silva (Jabuti), ocorrida na manhã de ontem (25), após uma interminável noite na Upa de Coelho Neto.

Marcondes acompanhou a “via crucis” de todo o período do atendimento e mesmo querendo transferir o amigo para outra cidade, viu que a cidade não tinha estrutura para garantir o atendimento mínimo já na internação.

Antes de dizer que o município está em crise e que não tem dinheiro, lembre-se que o prefeito Américo de Sousa (PT), pagou a bagatela de R$ 130 mil por uma hora de show. Será que é falta de dinheiro mesmo? E se fosse um parente seu?

Veja o relato dramático:

Hoje estou de luto por Adailton Dourado da Silva e pela saúde de Coelho Neto também. Pude acompanhar de perto a realidade da nossa saúde e digo a vocês, caros amigos, se você precisar de atendimento de urgência terá uma UPA que não funciona desde a entrada.

A classificação não funciona, embora todas as outras UPAs sigam um protocolo, em Coelho Neto, é na base da fila, não tem essa de paciente grave passar na frente e paciente não grave poder esperar. Se você está morrendo silenciosamente tem que aguardar na fila como uma pessoa com uma dor de cabeça qualquer, ordem de chegada! Depois que chega na fila é rezar para que o único médico plantonista esteja ao seu dispor.

Um médico apenas para atender a população de Coelho Neto, Afonso Cunha, Duque Bacelar, Buriti, pacientes internados na sala verde, amarela e sala vermelha (emergência). São, em média, 200 pessoas atendidas por dia. Adailton era um cidadão de bem que se quer conseguiu ser transferido para obter um tratamento especializado e adequado, o que acontece na maioria das vezes. Não há estrutura e nem há viabilidade de transferência.

Agora eu pergunto como os médicos se sujeitam a uma situação dessa? Colocando vidas em risco, pois é impossível atender de forma adequada essa demanda, além de colocar em jogo sua profissão. Ao prefeito fica o questionamento: como não ter dinheiro para contratar mais médicos e deixar a nossa cidade nesse caos? E existir dinheiro para pagar, no carnaval, o equivalente para ter 2 médicos na UPA 24h durante todo o ano?

Os pobres é que pagam a conta. Digo a vocês nobres amigos, que essa nossa assistência à saúde miserável tem matado mais que qualquer arma!

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